quinta-feira, agosto 20, 2009

O folclore

O mês de agosto sempre nos prega peças. Dizem que sempre carrega problemas políticos e os mais ligados à religião mesopotâmica nos dirão que os astros comandam esse mês, o mês do Saci Pererê, o mês das bruxas, da Noite de São Bartolomeu, das bombas que apressaram o final da Guerra que começou em agosto de 1914, o mês da morte de Agamenon Magalhães, do salto para a História dado por Getúlio Vargas, e suicídio político de Jânio Quadros, que virou Zumbi e voltou prefeito de São Paulo, etc., etc., etc.
Esse mês que nas escolas de Ensino Fundamental é apresentado como o Mês de Folclore ou da Cultura, agora passa a ser o mês de Sarney, uma figura quase folclórica, o Bicho Papão da política brasileira. “Ele põe todas as criancinhas no saco e as leva para comer seu fígado”. Era assim que dizia, que o Bicho Papão fazia, mas não lembro que ele, nas histórias que ouvi, usasse casaca. Mas ele fazia desaparecer as criancinhas, especialmente aquelas que não seguiam os conselhos dos pais e responsáveis. Mais ou menos assim como essa semana desapareceu um partido da ética, completamente partido, bem partido como o bigode de Mercadante, menino que esqueceu as lições do velho general que até enfrentou a ditadura. Mas, sob a orientação do grande líder, ele seguiu o caminho turvo que o afastou da casa da Vó democracia e, seduzido pelo “sapo barbudo” que virou príncipe, terminou parando no saco do Bicho Papão que é dono do Maranhão e sócio das lagoas. O pt virou folclórico, no sentido mais degradado da palavra, de coisa morta, de algo posto para observação de estudiosos, ou melhor, de viajantes que escreverão suas “notas dominicais”.

Contam que no Maranhão, em uma lagoa que reflete a luz da lua está escondido o rei Dom Sebastião que um dia virá para restaurar a Portugal. Vai ver que foi isso que aconteceu nesse mês de agosto. Voltou-se ao reino, às histórias de Trancoso.

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