sábado, julho 25, 2009

Esperando a primavera

Estamos na última semana de julho, o inverno quase acabando nesta parte do país, ou seja, acabando o tempo das chuvas. Daqui a pouco, depois de agosto, chega a primavera, que é o tempo de novas coisas aparecerem, novas flores, tempo de alegria dos bichos e da natureza. Com alguma sorte, poderá ser o tempo de clarear as idéias do supremo dirigente e ele vir a entender que essa gradação de crimes é coisa de criminoso, de quem já cometeu tanto crime que só conta como crime quando o crime for muito grande. Crime pequeno não é crime, pensa o grande pensador já penso de tanta empáfia. Talvez esse não seja um crime, pois a empáfia chega com o poder, com o conhaque, com a falta de respeito aos outros. Mas, é bem difícil se importar em respeitar outros quando se percebe acima do bem e do mal. Esses trinta dias de agosto podem auxiliar a entender que os crimes, mesmo quando praticados por quem está além da “pessoa comum”, são sempre crimes. Sarney já uma vez, em passado “já esquecido na memória das nossas jovens gerações” foi absolvido e absorvido por um “presidente”, o Médici. E isso ocorreu quando ele chegou ao Senado pela primeira vez, quarenta anos atrás.
Esses tempos atuais são interessantes, eles nos pedem mais cautela, mais estudos, mais pesquisas e, simultaneamente esse nosso tempo quer tudo muito depressa e uma pressa tal que já não se pode mais viver o presente, simplesmente, há que se viver já, de imediato, o futuro. Parece que não há mais nada a fazer em relação ao presente, além de deixar-se envolver de tal maneira que não o percebamos, pois já estamos vivendo o que vai acontecer. Anuncia-se como realidade aquilo que ainda virá e, como já se vive não será mais necessário que venha, pois quando vier já se passou. Não se diz que algum governante irá colocar em ação um projeto que virá, caso seja concretizado, construir x milhões de casas. Se diz: governo constrói x milhões de casas até o ano y. O futuro foi roubado. Assim como roubam o passado. Tudo ocorre no presente. (Exceto as casas que ainda estão sendo planejadas, mas afirmadas como existentes. E porque não acreditar?) O que se perde é pouco, apenas não haverá a sensação do novo. Afinal você já pode comprar o carro 2010 antes que o ano 2009 tenha passado pouco mais de sua metade. Já não há mais este tempo. Ou não há mais tempo, pois tudo é presente. Como dizia Médici: “o futuro já chegou”. Talvez por isso todos estejam falando no futuro do pretérito. Eu gostaria de convidar.... seria interessante se o senhor pudesse vir... É mais elegante, e de bom tom, politicamente correto, falar sem dizer o que se quer, nenhuma afirmação presente, só a possibilidade de que já poderia ter acontecido, não precisa necessariamente acontecer. Melhor ainda é não deixar que se saiba o que se quer dizer – ou se queria dizer.
Será que eu deveria ter escrito este texto? de qualquer maneira, deveria (ou deverei?)pensar que não é um crime que me levaria à pena de morte.

Nenhum comentário: