domingo, março 29, 2009

Preconceitos, poderes e saber

Semana de muitas atividades e carregada de surpresas, como a de que tem gente que pode dizer impunemente que há relações diretas entre cor de pele e dos olhos e a economia e poucos dirão que isso é racismo; assim, também uma pessoa que promoveu falcatruas, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, embora condenada, pode ficar em liberdade pois ela não causa qualquer perigo á ordem pública por ter pela clara e, mostram algumas fotos, olhos quase azuis.
Mas esta foi a semana em que o professor Newton Darwin lançou o seu belo livro "Onde está o povo está a Igreja? – História e memória do Seminário Regional do Nordeste II, do Instituto de Teologia do Recife e do Departamento de Pesquisa e Assessoria", resultante de sua pesquisa de doutoramento. Escrito em linguagem limpa, simples, concisa e ricamente ornada de documentação histórica, enriquecida por muitas entrevistas com protagonistas de parte da saga vivida pela chamada Igreja Progressista do Regional Nordeste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Esse livro vem se juntar o a outros, cujos autores dedicaram-se ao esforço de entender o que se passou na Igreja Católica Romana, no Nordeste, uma igreja local que procurou por em prática orientações construídas no Concílio Vaticano II, mas que, surpreendentemente para alguns, esteve sempre limitada aos humores dos discatérios romanos. No caso dessas três instituições de formação de sacerdotes e agentes pastorais,- ITER, SERENE II e DEPA - o seu funcionamento, sempre em caráter provisório, pareceu sofrer das hesitações de setores do episcopado, sempre na tensão Entre o Tibre e o Capibaribe (título de meu livro sobre a Igreja progressista na arquidiocese de Olinda e Recife), o Tibre e o São Francisco, o Tibre e o Paraíba, ou qualquer outro rio que banhe as cidades não romanas. O peso da Romanização e o apego dos discatérios a disciplinas já centenárias, impediram que fossem aprofundadas novas pedagogias e práticas pastorais. O livro de Newton Darwin deve ser lido, pois com ele alguns mitos que são constantemente repetidos e que parecem ser verdades, podem ser ultrapassados. Um dos cuidados interessantes tomados pelo autor foi não ouvir nem Dom Hélder Câmara, um dos incentivadores da abertura dessas instituições, nem dom José Cardoso, o responsável por aplicar a decisão da clausura das instituições, embora não tenha colaborado diretamente para a decisão de por fim à experiência no processo de formação de padres e agentes pastorais para a Igreja Católica.
Em tempo: o livro foi lançado pela Editora da UNICAP.

sexta-feira, março 27, 2009

Que História é essa - programaçao de abril

PROGRAMA
QUE HISTÓRIA É ESSA


A Rádio Universitária AM 820 apresenta o programa Que História é essa, todas as quartas feiras, das nove às dez da manhã, com produção do professor Severino Vicente da Silva, do Departamento de História da UFPE.
O programa é apresentado pelo professor Biu Vicente e conta com a presença de convidados que atuam nas áreas de pesquisa e ensino de História para a realização de entrevistas e conversas sobre suas experiências.
A programação para o mês de Março conta com a participação dos seguintes convidados:

01 de abril – Profº Antonio Carlos Motta Lima - UFPE

08 de abril – Profº Drance Elias – UNICAP

15 de abril – Profº Ricardo José Barbosa - UFPE

22 de abril – Profº Artur Peregrino – UNICAP

29 de abril - Profº Degislando Lima – UNICAP

A produção do programa está recebendo textos de opinião sobre as histórias das ruas da cidade e região metropolitana, contendo a história dos nomes das ruas ou comentários sobre seu desenvolvimento ao longo dos anos. Também recebemos comentários sobre livros que você leu. Os textos podem ser enviados para o nosso e-mail historia820am@yahoo.com.br, assim como sua opinião ou comentário.
Contamos com a sua colaboração para a promoção e divulgação desse veículo de comunicação que o acesso aos meios radiofônicos possibilita.

Ouça a Rádio Universitária Am 820 KLH na internet – Acesse www.tvu.ufpe.br e em seguida clique em AM ao Vivo.

sábado, março 21, 2009

Desabafo de um Professor

Ontem tive um pequeno stress com meus alunos na UFPE, estive pensando e pesando o aocntecimento, pois ele envolve bem mais que meu aborrecimento pessoal e o aborrecimento dos alunos. Então recebi uma carta por via eletrônica, que é um desabafo de um professor da rede municipal de ensino do município do Rio de Janeiro, uma carta aberta. Resolvi colocá-la aqui, pois ela tem muitas coisas que eu escreveria mas não tenho a habilidade do prof. João Paulo, que é mestre e está na luta por doutoramento.



Carta aberta à futura Secretária de Educação do Rio de Janeiro, Cláudia Costin

Prezada Cláudia,
Sou funcionário do município do Rio, professor de Ciências.Tenho este cargo por mérito próprio, por passar em um concurso, há quase 5 anos - não tenho cargo por indicação política. Li uma matéria com uma entrevista sua nO Globo, dia 08 de novembro de 2008, página 18.
Na ocasião, algumas frases e propostas me chamaram a atenção. Tanto pela inocência quanto pela maldade das mesmas. Gostaria de, mui respeitosamente, discutir alguns pontos.

Vejamos...
1 - Você diz que pretende "investir na qualificação de professores, que poderão ganhar computadores portáteis". Eu agradeço muito o computador, porque estou precisando, pois o meu pifou. Mas isso, siceramente, não creio que seja investir na qualificação do professor. Já tive a oportunidade de escrever sobre isso por aqui, quando da mesma compra pelo Estado. Tenho um amigo que ficará com 5 computadores portáteis em casa e não sabe o que fazer com tantos. Ele e a esposa são professores, ambos do Estado e da prefeitura do Rio. Já tinham um, ambos ganharam do estado e ambos ganharão da prefeitura. Professores, cara futura secretária, querem salário decente. Com ele podem comprar seus próprios computadores. E muitos já o fizeram, pois o preço baixou bastante. Eu mesmo ia comprar um - como eu disse, o meu pifou - mas não vou. Estou esperando ganhar. Mas preferia um bom aumento de salário para comprar o que eu próprio escolhesse e ainda aumentar minha renda.
2 - Você faz uma pergunta: "Por que uma cidade que tem tantos mestres e doutores de qualidade não consegue fazer um Ideb compatível com os de países desenvolvidos? ". O Demétrio Weber já respondeu, mas eu insisto em te responder esta pergunta também. E o principal motivo é simples: porque mesmo sendo mestres ou doutores de qualidade, temos que trabalhar em dois, três, quatro ou mesmo em cinco lugares diferentes pra poder somar renda e ter um salário "compatível com os de países desenvolvidos" !!! Sem contar as condições em que trabalhamos, secretária, que nem de longe é "compatível com os de países desenvolvidos" . A pergunta seria ao contrário: "por que não tratamos como os países desenvolvidos os nossos tantos mestres e doutores de qualidade?".
3 - Por fim, sua maior pérola, a frase "Quando um aluno é reprovado, é sinal que o professor falhou". Fico muito muito muito apreensivo que uma pessoa que tenha este pensamento venha a coordenar a maior rede municipal da América Latina. Pra facilitar o entendimento da minha lógica - que pode ser muito profunda pra quem nunca entrou numa sala de aula do ensino fundamental de uma escola encravada numa favela - farei um paralelo com o médico. Imaginemos uma pessoa que desde que nasce não tem cuidados médicos, não se cuida, não faz exercícios, não se alimenta direito, bebe, fuma, é sedentário, estressado etc. Essa pessoa passa mal e vai ao médico. O médico receita remédios e faz uma série de recomendações dizendo que, se não seguir, ele pode morrer. O doutor marca uma nova consulta para daqui a alguns meses, para verificar o seu progresso. A pessoa não fez nada do que o médico receitou e ainda faltou à consulta. Passa mal de novo e vai ao médico. O doutor dá uma bronca, faz as mesmas recomendações, passa as receitas novamente, marca uma nova consulta. O paciente, mais uma vez (ou muitas vezes), não faz o que o médico manda e morre.
O médico falhou?
Pela sua lógica, "quando um paciente morre, é sinal que o médico falhou".
Oras... garanto que neste caso a senhora achará que o culpado é o paciente, já que o médico fez de tudo para salvá-lo...
Será que o professor também não o faz?
Mas vamos examinar o nosso caso. Por partes e desde o início.
a) quando a criança foi concebida, quem falhou foram os pais, que souberam gozar mas não evitar a gravidez;
b) quando a moça estava grávida falharam ela, o pai, a família e o Estado (assistência social, hospitais), que não deram a ela e ao feto um pré-natal decente - ou mesmo nenhum pré-natal;
c) quando ele nasceu e era um bebê cheio de necessidades falharam os pais que colocaram no mundo uma criança sem ter condições mínimas de criá-lo e falhou o Estado (segurança alimentar) em não dar a ele o que necessitava para seu pleno desenvolvimento;
d) quando ele era uma criança falhou o Estado mais uma vez por não oferecer a ele a pré-escola, tão importante no desenvolvimento intelectual e psicomotor nesta idade. Não obstante este ser um direito garantido pela Constituição Federal:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
e) nesta mesma idade e até tornar-se o adolescente ao qual a senhora se refere - aluno do fundamental - falham o Estado, as polícias, os bandidos, os filhinhos de papai, os atores da Globo, os artistas e todos aqueles que usam drogas, ao condená-lo a viver em um local extremamente violento, com disputas entre facções rivais, com invasões desumanas de policiais em suas casas e um cotidiano de estatísticas piores que de guerras;
f) quanto à sua moradia, falham os políticos filhos da puta, o Estado (habitação), o empresários, os especuladores, por fazê-lo viver em submoradia, sem o mínimo de conforto, sem espaço para ele, com uma densidade demográfica japonesa dentro de sua casa;
g) falham os publicitários que mentem para que ele não seja ninguém se não tiver o que ele não pode ter;
h) falham as emissoras de telvisão ao entrarem diariamente em contato com ele com imbecilidades que não ajudam em nada seu intelecto;
i) falham os empresários de ônibus que o restringe de andar pela cidade por conta do preço da passagem e do péssimo serviço que oferecem;
j) falham os locais culturais que são inacessíveis a ele (inacessíveis financeiramente ou mesmo barreira-cultural- invisivelmente) ;
k) falha a sociedade como um todo que o quer longe;
l) falha a estrutura da escola que só o tem em um pequeno período do dia, deixando-o nas ruas no resto das 24h;
m) falha o Corpo de Bombeiros que carrega bandidos carnavalescos desfilando em carro aberto pelas cidades, ao mostrar que quem tem valor é quem tem dinheiro, não importa de onde vem;
n) falham os jornais de grande circulação que estampam nas primeiras páginas, praticamente todos os dias, as fotos e colunas de fofocas de traficantes e outros bandidos - inclusive tenho um O Dia que tem a primeira capa toda falando do casamento de um traficante - glorificando quem é bandido, mostrando a ele que esse é o caminho;
o) falha o Conselho Tutelar ao superproteger mesmo quando fazem merda, nada fazendo e não mostrando que além de direitos também tem obrigações;
p) falham as editoras de revistas que só colocam a preço de quase nada as revistas mais imbecis que existem, com fofocas e coisas do gênero;
Enfim, apesar de a Constituição prever que "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade" (Art. 205), a senhora vem me dizer que "quando um aluno é reprovado, é sinal que o médico professor falhou"?
Francamente.
É justamente o professor que está lá dentro, cara futura secretária de educação, com o aluno, diariamente, tentando fazer com que ele estude, com que ele dê valor ao estudo, com que ele aprenda!
Veja pelos exemplos abecedários que dei em cima, que o professor é praticamente o único que quer que ele seja alguém pela educação; o professor que dá valor ao estudo; o professor que luta contra toda a merda que a sociedade faz com ele desde antes dele nascer, para que ele se salve.
Veja, prezada futura, o que diz a Constituição Federal:
CAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Quais destes direitos o Estado - do qual você tem íntima relação, a ver pelos cargos que já ocupou - oferece ao aluno - e com qualidade?
Quase nenhum, né?
E você vem me dizer que é o professor que falha, como se só o que fazemos em sala de aula é o que conta, é o que faz um aluno ter sucesso ou não???

Francamente.
Assinado:
Um professor mestre doutorando que tem diversos empregos e mesmo assim luta para que seus alunos possam superar toda a merda que a sociedade faz com eles para que possam ser alguém na vida e que, justamente por se sentir incapaz de fazer isso com o que o Estado lhe oferece, não acredita em reprovação.
Um abraço,
João Paulo
MSN - jpaulobb@ibest. com.br
Forte abraço, saúde e muita paz!

quarta-feira, março 18, 2009

A respeito de um aborto didático

Um amigo que, vez por outra, lê essa página comentou que gosta mais quando não assumo postura professoral na escrita. Tenho pensado no que isso significa, ou como posso eu deixar de professoral ou se, sou mesmo esse estilo professoral. Cuidava desses pensamentos quando soube que foram entregues, pelo Ministério da Educação, a estudantes da sexta série, livro didático de geografia com um mapa muito estranho. Nele pode ser visto que o Paraguai está banhado pelo Oceano Atlântico e Chile e Bolívia formam uma só unidade política. Talvez seja já o resultado da ‘revolução bolivariana’. Mas talvez seja a conseqüência de alçar à diretorias responsáveis pela orientação do ensino, pessoas que, embora preocupadas com a educação, acumularam mais tempo em passeatas que em sala de aula, no estudo e ensino efetivos. Claro que muitos de nós tivemos que estar nas ruas lutando por melhores salários e condições de trabalhos mais dignas, mas essas não podem ser as principais razões para que se ponha alguém em certos postos. Como não foram, e não são, de bom conselho por alguém em situação decisória de ensino apenas por ter nascido parente de alguém, etc. O nepotismo surgido da prática dos papas em premiar seus primos com cargos e poderes, levou a igreja à insensatez dos escândalos diuturnos renascentistas. E se temos visto, com dificuldades, a luta contra o nepotismo biológico e familiar nos parlamentos e varas jurídicas, observamos o crescimento do nepotismo sindical nos últimos seis anos. Pessoas foram levadas a postos importantes por conta de sua prática sindical, pondo-se em plano inferior a questão de elas estarem aptas o exercício da função.
Temos agora, um dos resultados dessa prática em forma de livro, um livro financiado com os impostos. Dirigentes educacionais incompetentes escolheram revisores incompetentes e agora, milhares de jovens aprenderão que existem dois paraguais, sendo um deles no lugar do Uruguai. Talvez esses dirigentes da educação, esses responsáveis pela produção e pela escolha final dos livros didáticos, façam parte, talvez sejam já, eles mesmos, conseqüência do que chamei, desde os tempos da ditadura militar, de PNBB, um Plano Nacional de Burrificação dos Brasileiros. Como, personalidades dos tempos ditatoriais e “filhotes da ditadura” (apud Brizola) estão na crista da onda no atual governo, talvez estejamos a viver a continuidade daquele PNBB.
Em tempo: esse processo de cretinização e mediocrização tem sido utilizado nas igrejas, de maneira geral, um dos resultados desse processo é o desajuste do ordinário arquidiocesano de Olinda e Recife e suas práticas e idéias mal organizadas: um verdadeiro aborto.

quarta-feira, março 11, 2009

Lutando pela liberdade

Este texto foi publicado no jornal Panorama da Mata Norte, da cidade de Goiana, PE. Um leitor escreveu solicitando que o pusesse aqui.





Tivemos, a poucos dias, a publicação de uma entrevista concedida pelo senador Jarbas Vasconcelos a uma revista de circulação nacional, e, nela foram tocados assuntos que alertaram o mundo político, pois ele tratou da corrupção como prática partidária. Evidentemente os políticos nomeados preferiram ficar calados, talvez por não terem muito a dizer em defesa. E então eu fico a me perguntar: o que isso tem a ver com o meu cotidiano, com o que eu faço nos lugares onde vivo? Como educo aqueles com os quais convivo?

Outro dia vimos que o pai de Dom Hélder lhe disse que ser padre é para servir, não para servir-se. Assim também deviam pensar os políticos, esses co-cidadãos que decidiram dedicar parte de suas vidas para pensar a cidade, a sociedade. Penso, e escuto de muitos políticos, que praticar a política é uma escolha altruísta, uma vez que significa se doar ao serviço da comunidade. Assim, bons padres como Dom Hélder, depois de mais de cinqüenta anos como padre, morrem pobres. Não se utilizaram do poder para seu enriquecimento, para tirar vantagens pessoais para sim nem para os que estão próximo, seja por parentesco, seja por afinidades de idéias. Políticos poderiam fazer um esforço para agir de maneira semelhante.

Uma vez li um documento interessante, no qual o presidente Marechal Deodoro da Fonseca pede um adiantamento de salário ao Ministro da Fazenda para financiar a estada do seu irmão General Hermes da Fonseca, então governador da Bahia, que precisava ir ao Rio de Janeiro para tratamento de saúde. Como o salário do Presidente da República era pequeno, ele solicitou que o desconto fosse feito “na valsa”, em prestações mensais do seu salário. Não havia essa tal verba indenizatória, inventada pelos congressistas em 2003. Assim, fico imaginando como é que alguns políticos hoje, após quatro anos de mandato já possuam riquezas que um trabalhador precise duas vidas para obter. Hoje, um parlamentar, além de seu salário, recebe ajudas diversas e por isso enriquece rapidamente. Dá-me a impressão que eles se servem dos cargos políticos e pouco se importam sobre a população que os escolheu para assumir a responsabilidade de criar leis que facilitem a população a viver melhor e com mais dignidade.

Talvez esse comportamento seja uma questão cultural. Como dizia Joaquim Nabuco o sistema escravocrata formou homens e mulheres que se acostumaram a mandar, e mandar utilizando a violência – esses foram os donos de escravos e são os seus descendentes -; e o sistema escravistas também formou homens e mulheres que quase sempre só atuam sob a ordem dos outros, homens e mulheres que não treinaram nem aprenderam a ser livres. Agora é tempo de construir e caminho da liberdade e esse só existe na medida em que nos educarmos e ensinarmos aos nossos filhos, e a nós mesmos a sermos livres e honestos. Os desonestos, como se diz, não são livres, pois estão sempre com “o rabo preso”.

Se hoje sabemos da existência de tanta corrupção é porque lutamos pela liberdade de expressão parte dos brasileiros aprendeu a dizer o que pensam. Agora é tempo de nos ensinarmos a ser honestos e afastar os pouco honestos da administração de nossas cidades.

domingo, março 08, 2009

Lucas nasceu

Leiam com atenção este nome LUCAS RAIZ VICENTE DE OLIVEIRA. Pois bem, este é o filho de Ana Valéria Ramos Vicente e Afonso Oliveira. Ana Valéria é minha filha e Lucas é o meu neto, o segundo neto.
O nome foi escolhido em homenagem à Tereza, porque ela era médica e Lucas é o médico que se tornou evangelista.
Lucas nasceu hoje, neste dia 08 de março, ás 16:40h., com 3.400k, com um belo e forte choro. Nasceu de parto normal, em uma banheira, quase piscina e logo se aninhou no colo da mãe e foi em busca de alimento. No local de nascimento ele já recebeu visita de avós, tios e primos.
Não sei se há muito a dizer, mas que o seu nascimento, como o nascimento de cada criança, é mais um motivo para nós continuarmos a viver e lutar para fazer esse mundo melhor. Só quem acredita que o mundo pode ser melhor do que é neste momento decide fazer um filho e tê-lo naturalmente, sentindo e vivenciando todas as dores e as alegrias da vida.
Estou muito contente e quero dizer isso para todos. Minha mãe conhece mais um bisneto, minha filha se torna mãe que amamenta, Tâmisa e Ângelo tèm mais sobrinho, Rafael tem um primo, Pedro Raiz tem um irmão e Afonso está muito feliz com o segundo filho. Não é este uma maneira maravilhosa de celebrar o dia universal da mulher, colocando, com amor, mais um ser humano no mundo?

quinta-feira, março 05, 2009

Idelli Salvatti Renan e Collor diz que ela cisca.

Ela é uma mulher bastante instigante, especialmente quando sabemos o quanto ela esteve envolvida por questões sociais e interessada pela melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Foi uma mulher corajosa que, como outras, enfrentou momentos difíceis da vida nacional, sendo protagonista na superação dos tempos que infelicitaram o Brasil, o tempo do estado autoritário, da ditadura militar: o tempo em que Sarney estava no poder. Depois essa mulher se tornou uma parlamentar de pugna constante pela conquista do poder pelo seu partido, o PT.

Mas sempre acontecem algumas mudanças nessa luta pelo poder. Quase sempre se faz acordos com antigos adversários, de modo a que eles deixem, talvez por algum tempo, que se sinta o prazer achocolatado do poder. Temendo isso, o PT não gostou muito quando ocorreu uma aliança política que uniu Tancredo Neves e José Sarney, para que ficasse palatável ao último ditador a perda do poder. Mas isso faz tempo! Mesmo assim, Figueiredo não quis passar a faixa presidencial para Sarney, a quem considerou um traidor. Afinal Sarney foi líder do governo da ditadura, como poderia ser líder da democracia?

Depois foi a luta para expulsar Fernando Collor da presidência da República, pois ele era corrupto. Depois veio a luta contra o governo do Príncipe dos Sociólogos, pois ele estava a serviço dos bancos internacionais. E lá estava essa mulher digna e representativa do que há de melhor em nossa sociedade.

Mas finalmente a PT chegou ao poder e teve que conviver com uma assembléia que o presidente do PT chamava de lugar propício para maracutaias, coisa parecida com a caverna dos quarenta ladrões de um dos contos das mil e uma noites. E aí as coisas embolaram: houve mensalão, mas a nossa heroína, assim como o agora presidente da República, achou que tudo estava normal, pois se fazia o erro que antes era errado mas agora era certo. Depois veio o escárnio de um senador, que presidia o Senado e quase ia sendo cassado por estar desservindo o país e o Senado. Uma das maiores defensoras do senador Renan Calheiros foi a nossa heroína, que se uniu a José Sarney para derrotar os que entendiam que os corruptos devem ser alijados da vida política. Recentemente, nossa heroína, mais uma vez aliou-se a Renan Calheiros e a José Sarney para fazer deste último presidente do Senado. A heroína de Santa Catarina, senadora Idelli Salvatti, ficou calada, não apoiou o senador Jarbas Vasconcelos quando este chamou atenção aos atos que levaram José Sarney à presidência do Senado e Renan Calheiros à liderança, pois havia um acordo que lhe garantia a presidência de uma comissão importante, a de Infra-estrutura, para a campanha política do próximo ano. E mais, parece que o presidente da República nada fez para que sua defensora não fosse derrotada pelo grupo Renan-Sarney, facilitando assim o retorno de Fernando Collor ao centro da política, com o apoio do ministro José Múcio Monteiro, atual favorito de Luiz Inácio da Silva, o Lula.

Homenageando a Senadora de Santa Catarina, explícita defensora de Renan Calheiros, defensora de Sarney contra um colega de partido, Collor de Mello, depois de derrotá-la, assim elogiou a senadora petista: "Ela é uma pessoa que congrega, que reúne e cisca para dentro".