domingo, abril 13, 2008

Caboclinhos Moradores de Engenhos

Esta será uma semana bem interessante, com motivações para alegrarmo-nos com o mundo, com as possibilidades de o conhecer e verificar que é possível o melhorar. Quase nos surpreendemo-nos em saber o que ocorre ao nosso redor, de bom ou de ruim. Mas o bom e o ruim estão próximos, mas tão próximos que, às vezes, por medo do ruim deixamos de perceber, de saborear o bom.

Observemos como é bom o livro MORADORES DE ENGEHOS escrito por Christine Dabat, lançado nesta segunda feira, dia 14, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE. Como é bom, bem escrito, cheio de informações e conhecimentos da realidade de uma parte de Pernambuco. É bom ter um livro como esse, um livro que nos leva aos terreiros de homens e mulheres simples, honestas, sensíveis e sonhadoras. Pessoas que sonham poderem criar suas galinhas, porcos e cabritos, em um pedaço de terra que seja seu, no meio de um enorme latifúndio. Pois o conhecimento dessa beleza de sonhos, essa grandeza de saber que há pessoas que não perdem a capacidade de sonhar, nos é possível pela coragem de Christine em meter-se nesse mundo terrível da exploração que ocorre nas regiões de plantio de cana de açúcar, a coragem de vencer pilhas de documentação, e apaciência de oouvir o que já havia sidomdito e não escutado. É ruim que ainda não são dadas as condições necessárias para que os homens, mulheres, crianças, jovens possam desenvolver todas as potencialidades que nós sabemos que todos os seres humanos possuem. E como prova de que é possível ver o que é bom nesta semana, é que haverá o lançamento de um disco compacto – cd – da tribo CABOCLINOS UNIÃO 7 FLEXAS de Goiana – PE. No dia 19 de abril, que é dito Dia do Índio.

Guerra Peixe, maestro carioca que viveu em Pernambuco nas décadas de quarenta e cinqüenta do século passado disse que os caboclinhos são “das mais simpáticas manifestações culturais do carnaval pernambucano”. É verdade, é Muito simpática essa manifestação cultural, esta invenção dos povos da Zona da Mata, dos povos trabalhadores dos engenhos, como Seu Nelson, fundador e mantenedor, do Caboclinho 7 Flexas. Como o Maracatu, a Ciranda, o Cavalo Marinho, é uma expressão da criatividade dos explorados trabalhadores dos canaviais. Esses brinquedos, essas danças, essas artes são a afirmação da vida da esperança dos homens e mulheres da Zona da Mata, são os cantos de nossos antepassados, são os nossos cantos, nossas esperanças que acompanham as nossas dores.

Todos estão convidados para os dois eventos, duas faces da mesma realidade: a reflexão racional, intelectual, acadêmica da vida no livro de Christine, cujo lançamento é nesta segunda feira; e a expressão artística, bailarina, visual, da tgribo dos Caboclinhos 7 flexas que ocorrerá na noite do dia 19 de abril, - sábado – na sede dos Caboclhinosm na rua Teixeirinha, no Bairro de Nova Goiana, Goiana PE.

Esta semana é a semana dos homens e mulheres, moradoras e ex-moradores dos engenhos.

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