sexta-feira, setembro 07, 2007

O dia de nossa pátria, minhas lembranças

Sete de setembro tem sido uma data especial pra nós brasileiros. Fomos ensinados a amar essa data, como os americanos foram ensinados a amar o 4 de julho, os franceses o 14 de julho, e assim por diante. Entretanto, ao mesmo tempo em que nos ensinaram a gostar dessa data, nos ensinaram também a molestá-la, a desprezá-la, a transformá-la em um feriado, uma desculpa para a embriaguêz. Há mesmo brasileiros que celebram com mais entusiasmo a da ta de outras nações do que a sua. Aprendemos a nossa história de maneira a não respeitá-la. Temos dificuldade de encontrar algo nela que nos orgulhe. Ao comentar a nossa história nos ocorre o riso, a galhorfa. Respetiamos mais Mary Stuart que Maria Quitéria.

Os brasilerios que têm mais educação formal parece terem maiores problemas com o sete de setembro. Poucos levantarão um brinde em honra da pátria. Penso até que muitos brasileiros que passaram o dia hoje dentro de seus carros em direção de praias solitárias inexistentes, estarão mais contritos no próximo da 11, em homenagem aos bombeiros de novaiorque.

Tenho orgulho e incertezas em relação ao sete de setembro, como dia de minha pátria. Hoje é assim, mas não nos meus dias anteriores aos quinze anos. Tenho vagas lembranças de um sete de setembro marchando entre as carreiras de cana, lá no Eixo Grande, lá em Carpina, na propriedade de Cazuza, meu padrinho, na margem do Rio Capibaribe. Não sei se existiu essa "parada" no meio do canavial ou se é algo que sonho desde meus dez anos. Mas sempre me vem essa lenbrança: um grupo de crianças marchando para ninguém.no meio do canavial, seguindo a bandeira brasileira: uma emoção me vem na alma e tenho orgulho desse sentimento de orgulho.

Outra imagem que tenho desse sentimento de amor por essa data e por seu significado vem por conta de um poema que li no meu livro "Infância Brasileira" que comentava sobre o grito do Ipiranga. Eu imaginava, representava, esse gesto de dom Pedro desenbainhando a espada e gritando "independência ou morte". Junto a essa imagem está a visão que carrego do esquartajemanto de Felipe dos Santos, morrendo pela liberdade do Brasil. Decorei, e jamais esquecerei, a frase que ele teria dito: Morro feliz porque sei que a canalha portuguesa será expulsa do Brasil. Carrego essa frase na minha alma.

Essas memórias da infãncia me fazem amar o Brasil. Assim amo Brasil por outros motivos, hoje. Passei um tempo confundindo militares com o Brasil, e então deixei de amar o Brasil, mas hoje sei que amar o Brasil é algo diário e permanente, para além das coorporações. Estou ficando "cafona"". Mas sofro quando confundem e reduzem o Brasil ao futebol ou samba.

Lendo Monteiro Lobato aprendi que o Brasil precisava acabar com a saúva e analfabetismo. Preocupei-me mais com a educação que com a saúva. Sofro ao perceber que ainda tem muitos analfabetos no Brasil, e que muitos dos alfabetizados não sabem porque nem para que aprenderam a ler. Apesar por estarem nas universidade. Talvez por isso não saibam ou talvez por isso lá estejam.

Quando mais jovem, no final dos anos sessenta eu ficava preocupado com a quantidade de jovens que gastavam parte de suas vidas embriagados, drogados, como hoje. Iludem-se os da minha idade que dizem que a juventude de antigamente era melhor que a de hoje: bobos, os tínhamos ontem como os temos hoje; o que que ocorre é que não mais somos jovens, não mais amamos a vida , não mais temos pátria, pois aprendemos a duvidar de tudo e de todos. Ideal, para muitos é que se cultive essa dúvida no idioma de Foucault. Alguns de nós que duvidam do Brasil, cultivam a fé na conta bancária e, como objetivo, cultivam a satisfação pessoal, sua realização individual, sem maiores preocupações com a sociedade.

Mas é tão emocionante ver uma mulher chorando de tristeza porque suspenderam a passeata do dia pátria. Ocorreu uma protesto e o governador de alagoas mandou suspender a parada, o desfile do dia da pátria. Mas é tão triste ver quanto de nós foram excluídos desse Brasil, e quanto de nós estão preferindo ser qualquer outra coisa(afro, afrodescente, índio, quilombola, etc,) desde que não seja brasileiro.

Enquanto isso os que falam a língua de Fouccault continuam celebrando, entusiamados, o 14 de julho.

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