sábado, julho 14, 2007

Pressa

As permanências e os mitos acompanham gerações de brasileiros e pessoas de outros países. Mas certas idéias, por suas permanências nos fazem temer, pois as pessoas costumam gostar das facilidades de realização. Por isso é muito preocupante ouvir, em uma aula, um jovem de vinte e poucos anos perguntar se não seria melhor ter uma ditadura que faça as coisas acontecerem do que ficar tentando vencer a burocracia do estado burguês.
Essa idéia de que talvez seja preferível uma ditadura que facilite realizações materiais do que o lento caminhar para as mudanças de atitudes pode levar a uma opção de entender que a oposição atrapalha quem está no poder. Jovens que não conheceram a ditadura podem até pensar que isso é bom, mas quem viveu em uma ditadura, opondo-se a ela, não pode permitir que essa idéia de um partido, um grupo se isole no poder, se isole da sociedade para poder fazer o que ele acha melhor para a sociedade.
Tem gente que está no poder hoje, foi oposição, e vive reclamando que tem oposição aos seus projetos, quase tornando claro que não quer ter oposição. Está havendo muito lamento por conta de certos "entraves" que não permitem esses "escolhidos" realizar o que desejam. Vamos tomar um pouco mais de cuidado. Cuidemos para que o desejo de melhorar as condições de nosso país seja acompanhado pela paciência histórica. A pressa pode nos levar a outro engano.
"homem do meu tempo, tenho pressa" era uma frase utilizada por Médice, um dos generais que nos impuseram a ditadura contra a qual lutamos. Nos indgnemos contra posturas e comportamentos que comprometem a liberdade, mas evitando a pressa.
A democracia, a liberdade, essas delícias, são construídas coletivamente, com persitência, urgência e calma.

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