terça-feira, junho 26, 2007

Transportes de trabalhadores

Tem sido impressionante a ineficácia do governo para resolver os problemas vividos nos aeroportos do Brasil e, tem me impressionado, mais ainda, a cobertura que a mídia, especialmente aquela que atinge um maior número de pessoas, a televisão, vem dando a essa questão.
Desde que ocorreu o trágico acidente envolvendo dois aviões, que matou mais de um centena de pessoas, todos os dias vemos outras pessoas sofrendo nos aeroportos brasileiros. Como essas estações de passageiros são mais modernas que aquelas dos anos sessenta, foram construídos com menos cadeiras, pois se espera que o tempo de permanência nesses lugares seja o mínimo possível. É claro que nos períodos de crise as pessoas ficam em pé, andando, ou simplesmente sentadas no chão.
Não tem sido fácil a vida dessas pessoas que precisam viajar de avião. Nunca sabem quando vão chegar onde pretendem chegar. Não contei quantos minutos são gastos diariamente para falar do infortúnio dessas pessoas que precisam entrar em um avião para chegar a algum lugar, seja para encontrar amigos, visitar parentes, trabalhar ou, simplesmente sentir o frio, ver a neve, conhecer a Orlando, ir a alguma palestra universitária, etc. São muitas as atividades que são realizadas por essas pessoas que precisam tomar um aviaão. Afinal, esse meio de transporte encurta as distãncias e nos faz ganhar tempo. E não tem sentido perder esse tempo ganho apenas esperando o próximo avião.
É verdade que Saint Exupery escreveu que se ganhasse nove minutos por semana, economizando o tempo de beber água por conta de um pílula que evitasse esse horrível hábito de ficar bebendo água, ele gastaria aqueles nove minutos, andando, vagarosamente, com as mãos nos bolsos em direção a uma fonte para beber água. Mas essas são idéias de um príncipe alienígena. No caso dos aviões, o conselho dado foi de que apenas as pessoas relaxassem um pouco, procurassem o prazer de ficar andando sem sentido nos modernos aeroportos. Mas a pessoa que deu esse conselho não tem utilizado os aviões de carreira, ela usa os aviões pagos pelos que nem mesmo entram nos aviões e são obrigados a escutar, apertados na ida e na volta do terabalho, como sardinhas enlatadas nos ônnibusm trens ou metrôs, sobre o sofrimento desses que ficam nos aeroportos, modernos externamente e superados em alguns instrumentos necessários.
Mas o que eu pretendia não era bem isso que acabei por escrever. Eu prentendia saber porque a questão do transporte público urbano é tão pouco falada, discutida. As ruas estão repletas de automóveis com apenas uma pessoa - inclusive o meu -, na maior parte do tempo; ruas que foram também construídas com o dinheiro de quem não tem carro individual.
Como se dá pouca importância ao transporte público! São poucos os ônnibus, os trens, os barcos, os navios. É interessante notar como se dá pouca importância à forma como o povo comum é transportado para trabalhar todos os dias do ano. Mas os ônnibus também servem para que as pessoas visitem os amigos, possam ir à escola, ao jardim zoológico, ou até à praça encontrar os amigos e bater um papo. Não, não ter um transporte decente para encontrar os amigos ou ir ao trabalho, não é interessante, é triste.
No Recife, um vereador foi escolhido para cuidar do transporte coletivo. Em uma entrevista ele disse que não se lembrava quando andou de ônnibus. Ao ler a notícia eu pensei no tempo em que, ele e eu andávamos à pé da escola para nossas casas. Fiquei pensado que não pode ser possível, ou fácil, resolver um problema que não é problema para mim.
De qualquer forma penso que vai ser mais fácil resolver o problema dos aviões.

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