sexta-feira, maio 11, 2007

Um dos objetivos de Bento XVI na América Latina

Visitas de líderes religiosos quase sempre são de importância para o gupo intrno, para a igrejas que é visitada. Algo muda quando ocorre a visita do líder de uma religião que, durante muito tempo, confundiu-se com a sociedade.

Bento XVI, em um dos seus discursos disse que o Brasil nasceu católico, numa referência à processo de sua formação, com a orientação política e religiosa dada por Portugal, um dos signatários das atas do Concílio de Trento, embora tenha feito pouco para implementá-lo no Brasil. Assim, o Brasil nasceu católico, mas de uma catolicidade pouco doutrinal, mais caseira, informal, com grande intimidade dos fiéis com a divindade e os santos. No Brasil todos sempre foram católicos, especialmente nos aspectos formais e externos. contudo, os valores da sociedade se confundiam, ou pareciam se confundir, com os valores religiosos.

As coisas mudaram no Brasil, como mudaram nas demais partes do mundo criado pelos europeus. O processo de secularização promoveu descompasso entre os valores religiosos e os valores práticos vividos pela sociedade. Necessário se fez separar, distinguir as esferas: o religioso e o profano. A César o que é de César, a Deus o que é de Deus. Mas para o catolicismo, embora se reconheça que a certas esferas sociais que prescindam das palavras do religioso, uma das razões de sua existência é a possibilidade de influenciar o mundo secular, o mundo de césar. Essa uma das razões da discussão sobre a defesa intransigente da vida, uma maneira que os religiosos encontraram para combater o aborto sem mencioná-lo.

É evidente que o catolicismo, a Sé Romana, entende que os Estados têm o direito de legislar para os seus cidadãos, independente da religião que eles celebram, pois o Estado definiu-se como leigo, e compromete-se em não intrometer-se nos programas de qualquer religião. Por outro lado, a Sé Romana lembra que aos católicos a primeira obediência é aos princípios religiosos, por isso ela insiste que os católicos devem assumir a defesa aintransigente da vida. No México, os bispos disseram que os deputados católicos que votaram a favor da liberação do aborto não poderiam mais comungar. Não podem comungar, dizem os bispos, não por serem deputados, mas por não terem agido como católicos. Esse é o drama que muitos católicos irão viver e terão de conviver. É um maneira da Igreja´Católica dizer: ser católico tem um preço, pois é um compromisso. O que surpreende a muitos é que antes a Igreja nunca havia sido tão explícita quanto a isso no Brasil. Isso surpreende a muitos, inclusive aos católicos, que jamais haviam atentado a esse ponto.

A visita do Papa Bento XVI, mais do que preocupar-se com o cresciomento das outras denominações cristãs, parece indicar que a Igreja está interessada na formação de católicos mais comprometidos com a sua doutrina e os comportamentos decorrentes.

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