quarta-feira, maio 16, 2007

Professores: somos necessários?

No programa QUE HISTÓRIA É ESSA, que mantenho com uma equipe na Rádio Universitária AM 820, neste dia 16 de maio, entrevistei o prof. antonio Montenegro. Este é um programa que pretende apresentar os produtores da historiografia realizada em Pernambuco, ao mesmo tempo que apresenta esses profissionais para um público maior do que aquele que os encotra em salas de aula, em congressos específicos da disciplina e nos artigos de revistas periódicas. O programa surgiu da necessidade em dizer à sociedade que a produção de um saber histórico é importante para sociedade.

Entre os temas que foram levantados, pareceu-me relevante a preocupação do professor Montenegro com a possibilidade, em um futuro não muito remoto da falta de professores de história, mas não apenas de nossa disciplina. A má - péssima - remuneração que a sociedade decidiu impor aos que se dedicam a guardar e transmitir os conhecimentos e valores da própria sociedade, tem provocado a perda de interesse para o estudo e para o magistério. Em uma turma de cerca de 50 alunos, disse o professor, apenas três, afirmaram querer ser professores, e isso em um curso de Licenciatura.

Atualmente vemos o ministério da educação com um projeto de um salário mínimo para professores de R$850.00, esperando que com isso venha a crescer a procura pela profissão. Essa proposta ocorre no mesmo período em que se define que certas atividades do governo não podem viver commenos de R$10.000.00 e que com algo inferior a R$22.000.00, os deputados irão morrer de fome. Mas não é apenas uma questão econômico financeira, embora seja certo que com esses salário pensado pelo ministro não seja possível o professor pensar em ter assinaturas de revistas ou jornais para a sua atualização.

Nos últimos anos temos observado como ocorreu, talvez inconsciente, uma campanha para desprestigiar o magistério. Não são inocentes certos programas humorísticos que apresentam professores como sinônimos de idiotas ou tarados. Interessante que ho9je mesmo, o Supremo Tribunal definiu que um sequestrador, que manteve uma criança presa por mais de ois meses, venhas a aguardar o julgamento em liberdade pelo fato de ser Advogado. Isso significa que o prestígio que os advogados recebem da sociedade é tal que lhes permitem cometer crimes e ainda manter privilégios. Isso é mais próprio de regimes aristocráticos ou oluigarquicos que de democracias. Mas para entender essas nuances é necessário a presença de professores. Mas, em uma época em que não ter clareza de valores é considerado virtude, as pessoas preferem dizer com Nietzsche: "Deve, pois, considerar-se o professor como um mal necessário..."

Creio que o tema abordado em nosso programa de hoje deve ser debatido por todos quantos tenham uma tribuna, um espaço. Professores, todos nós somos sérios e queremos construir uma sociedade séria, uma sociedade que não menospreze aquele que estuda e valorize aqueles que vivem "se dando bem na vida" porque já deram os seus sonhos e projetos para Baal.

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