segunda-feira, abril 09, 2007

Sobre Jomar Muniz Brito

No comentário mais rcente eu mencionaei que este período do ano é rico em belas flores. Na verdade pensei na beleza de muitas almas, pessoas, que iniciaram sua existência neste mês de abril. Uma delas é Jomard Muniz Brito. Nesta semana completa 70 anos plenos de juventude e inquietação. Jomard Muniz, que encontro nas ruas pondo na mão das pessoas os seus versos, seus pensamentos, nas manhãs do sábado de carnaval no encontro desfile do Nóis sofre mais nóis goza, não é muito diferente do Jomar que eu conheci, na noite da segunda feira de carnaval de 1968, na mesa do Bar Central, que hoje já não existe, mas que ficavava alí defronte à Estação da Rede Ferroviária. Um amigo comum, Antonio Bezerra, é que nos apresentou.

Eu, menino de Nova Descoberta, sai do meu bairro para ouvir e participar das conversas de dois boêmios intelectuais ou dois intelectuais boêmios. A conversa corria como um furacão, um vento forte que derrubava argumentos bobos ou parcos de criatividade. Devo dizer que a lembrança não guarda muito do debate, melhor dizer que guarda nada. Mas jamais esqueci como eram vibrantes as palavras, os gestos, o andar, o olhar de Jomard. Na oportunidade, depois de algum tempo, Jomard voltou-se para mim e disse que eu era um rapaz esforçado. Passei o resto da vida esforçando-me para acompanhar o pensamento jomariano.

O tempo passou, mudamos os caminhos e só vim encontrar Jomard quando na Escola Superior de Relações Públicas. ensinávamos lá e, quando dava um tempo, o furacão parava alguns minutos conversámos muito rapidamente. De novo encantáva-me a vitalidade do professor Jomard, na época já pensando na aposentadoria da UFPB. Nas celebrações do centenário da chegada dos portugueses, a África Produções pediu-me a organização de um seminário sob o título de Pau Brasil, o que fizemos na Centro de Arte da UFPE. Chamei Jomard e foi uma festa por conta da argúcia dos seus argumentos e da paixão com que o expunha. Depois foi umas celebrações em torno de Gilberto Freyre, personagem tão importane na história do pensamento de Jomard. E agora é a alegria de ver o meu mestre, desde meus dezoito, ainda a me cobrar a coerência que ele tem cultivado em toda a sua vida: o permanente compromisso com a liberdade de pensar e viver.

Viva Jomard do Recife e do Mundo.

3 comentários:

Val disse...

oi pai.

Anônimo disse...

Caríssimo Meu Professor Biu:
Copiei o seu texto. Vou lê-lo.
Entro em contato com você, e farei um comentário mais apropriado aqui mesmo no seu blog. Que o permanente compromisso com a liberdade de ser e viver através da dança de Valéria nos abismos da província, ressaltando a historicidade de Meu Sempre Professor Biu. Abraços do coração, JMB.

Paullo Galvão disse...

queria pegar o atalho e saber como posso fazer contato com Jomard