terça-feira, março 06, 2007

Uma Revolução perdida

Seis de março. Data interesante para os que estudam a história de Pernamuco e do Brasil. Em 1817 ocorreu uma revolução que ficou conhecida como a Revolução dos Padres, por conta da grande participação de seminaristas, padres e frades entre os revolucionários. Foi uma tentativa frustrada de criar uma República, de colocar o poder nas mãos dos brasileiros. Além da má vontade do governo dos Estados Unidos da América que denunciou os compradores de armas, especialmente Cruz Cabugá; da não adesão da Bahia, aliada do Rio de Janeiro, de onde vieram as tropas de repressão; ocorreu o medo dos proprietários em promover a libertação dos escravos para formar um exército para a república nascente. Talvez tenha sido esta a permanente razão dos fracassos pernambucanos no seu projeto de liberdade: a incapacidade de suas elites em manter relação de respeito e aliança com o povo. A sucralocracia pretende se manter sem promover a libertação das terras e do povo, daí o constante caminhar de Pernambuco para situações de menor importância no cenário nacional. Uma República implica que todos devem ter , senão as mesmas possibuilidades, ao menos que as possibilidades não seja tão díspares, como são díspares as rendas auferidas por algumas famílias, no poder desde a formação primeira da capitanias, até os dias de hoje, em relação à renda da maioria dos habitantes de Pernambuco. Apesar de termos sido o rincão brsileiro onde se falou pela primeira vez a palavra república, os que a falaram e os que a mencionam nos dias de hoje, pretendem fazer uma república sem o povo, ou com o povo mantendo o pescoço flexível: capaz de por a cabeça olhando para baixo quando recebe ordens ou, ao contrário, colocar a cabeça para cima admirando as roupas e os gestos da "aristocracia" do amargo açúcar. Daí que o povo não comemore a Revolução Pernambucana de 1817, pois ela foi pensada e traída por aqueles que a pensaram. Não é sem sentido que a Rua Frei Caneca está posta em situação vexatória na planta da cidade, em oposição ao Conde da Boa Vista.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muy bien!