sábado, março 17, 2007

Sexualidade na Idade Moderna

Aqui está postado mais um dos trabalhos apresentados pelos alunos de História Moderna I, Sexualidade na Idade Moderna, e foi realizado por Joaquim Henrique, Kátia Martins, Lidiane Pereira, Marilene Galdino.


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INTRODUÇÃO À SEXUALIDADE

A sexualidade é um aspecto presente e influente no cotidiano. Ela não somente implica nas relações entre pessoas de sexo diferentes, mas define suas concepções e expectativas. Influi em áreas totalmente inusitadas (sendo as mais constantes: trabalho e amizade) e de formas muitas vezes imperceptível, diluída em camadas de justificativas sociais para uma necessidade que, segundo Freud, é própria e involuntária do homem.
Há quem diga que ela é o geral de um grupo de sentimentos básicos de existência humana. Assim como a necessidade por comida e descanso (ou conforto), o prazer seria uma busca −não necessariamente consciente− constante nas experiências cotidianas e fundamentaria a maioria das relações sociais. Filmes clássicos e provocantes (como Instinto Selvagem) demonstram as nuances e situações-limite conseqüentes desta sujeição. Uma teia intricada de buscas e anseios que estruturaria conceitos mais estéticos e relativos, como o de estética.
Mas o que seria a sexualidade? Fisiologicamente falando, poderia se tratar da atração sexual entre os da espécie humana (a ciência revela que apenas o golfinho e o homem procuram relações sexuais por prazer), mas também pode caracterizar as particularidades que definem o gênero (homem e mulher) ou as alterações nele. Sem deixar de considerar que pode incorrer também de escolhas sexuais não necessariamente físicas (tais como as escolhas e diferenças psicológicas, emotivas ou simbólicas).
Neste âmbito, o psicológico, sexualidade pode ser a emoção do sexo. O poder, o controle ou a segurança. A aversão e predileção. É o sentido que se dá ao ato físico, suas significâncias (símbolos ou alegorias) e vinculação com outros sujeitos/objetos/eventos. E o psicológico se reflete nas relações sociais, que podem atribuir concepções ligeiramente diferentes da sexualidade. Seriam os contratos familiares, como o casamento e namoro, e os regimentos da sociedade que definem como a sociedade vê o sexo, portanto o conceito de sexualidade, ou a moralidade e ideais religiosos que o retratam de época para época, de fé para fé? Isso é sexo ou amor? Cativar ou atrair? Ser ou ter, ou estar?
De fato, todas as respostas para estas perguntas e as afirmações anteriores se tratam da mesma sexualidade. Mas, a sexualidade, como a conhecemos, ainda que existente nas relações anteriores, só foi definida com o surgimento da mídia em massa, em particular, desde a imprensa do Renascimento. Ela permitiu o debate (mesmo que numa via única, a do escritor para o leitor) até então censurado pela ortodoxia ocidental, alcançando a intimidade das pessoas reprimidas em tratar de seus aspectos mais básicos. Talvez este tenha sido o passo inicial para a lenta e gradual conscientização do gênero comprometido: o feminino.
A mulher como agente social começou a aparecer somente na Revolução Industrial, quando ingressou de forma mais significativa na produção de bens que cabia somente ao homem, no momento em que surgiam as indústrias e necessitavam de toda e qualquer mão de obra disponível. Claro que há de se frisar que a situação ainda não era de igualdade: estruturada em idéias preconceituosas (machistas), a sociedade ainda valorizava muito mais o trabalho do homem, fato que se estende lamentavelmente até estes dias. Subjugada e cada vez mais consciente, a mulher desenvolverá métodos de ascendência e influência sociais pertinentes à sua situação −não podendo deixar de citar a célebre definição machadiana sobre tais métodos: o erotismo e manipulação; porém não cabe a este estudo julgá-la como verdadeira ou não.
O próprio movimento Renascentista permitiu ao homem ocidental tratar de sua sexualidade, na medida em que seus ideais passaram a gravitar mais em torno de si mesmo que de Deus. Quando tirou a fé religiosa do centro de sua existência, o homem se permitiu conhecer um pouco mais e trazer à tona a discussão sexual, atenuando progressivamente seu caráter de proibido, atribuindo-lhe o de obsceno até que se torne, por fim, somente vulgar.
Michel Foucault trata desta transformação da sexualidade de seus primórdios inconscientes, passando pela obscenidade e trazendo-a até a vulgaridade da contemporaneidade, a qual define como repressão dos desejos sociais pelos mecanismos dominadores, em sua obra Histoire de La Sexualité, traduzida com o nome “História da Sexualidade”. Esta obra se divide em volumes menores que tratam da sexualidade em contextos diferentes.
O primeiro volume, La Volonte de Savoir, aquele a qual se baseia grande parte deste trabalho, discute as relações de sexualidade nos dois últimos séculos e critica a repressão sexual referida acima.
L’Usage des Plaisirs, o segundo, refere-se à sexualidade na Grécia e Roma da Antigüidade, enquanto o terceiro, Le Souci de Savoir, vai ainda mais longe temporalmente para analisar os mecanismos que estabeleceram a relação única e outras conseqüências na sexualidade contemporânea. Há informações sobre um quarto volume que abordava o tema na era Cristão, mas que não foi concluído nem publicado por advento da morte do autor e intervenção de alguns amigos.
Porém, a proposta da obra suscita reflexões interessantes na medida em que faz comparações tempo-espacial, a citar em seu estudo desde a época da Grécia e da Europa Vitoriana ou as tradições Orientais (Japão, China e Índia basicamente) versus as Ocidentais; isso desperta a idéia de sexualidade como um conceito construído socialmente, não decorrente dos instintos naturais, num modelo de construtivismo. Este seria o motivo pela qual discutir homossexualismo na Grécia Antiga seria fugir ao conceito e ser anacrônico. Conclusões preliminares já questionam outras definições conseqüentes, como a de estética ou erotismo, que pouco tem a ver com sua natureza ou desejo inexplicável, referindo-se muito mais a símbolos e paradigmas captados da própria sociedade.
O Erotismo é um exemplo finalizador adequado: compreendido geralmente como a antecipação da atividade sexual, seus motivos divergem de época para época, de sociedade para sociedade, de indivíduo para indivíduo. A mulher obesa nua já foi erótica; semi-nua e curvilínea agora é. E o é devido aos esforços duma mídia, mais abrangente que a imprensa, que apenas expõe o que é necessário à manutenção dos poderes vigentes. O homem bruto já foi erótico, atualmente ele é pouco mais que uma perversão. O Erótico já foi obsceno, hoje em dia há uma linha tênue que o separa do vulgar. E antes ele tinha sido inconsciente, desejo de ser.


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A Sexualidade Enquadrada

Muitas são as influências que produziram mudanças na sexualidade correspondente à época Moderna. Mas a principal caracterís­tica é a tentativa de controlar e privar os humanos de seus instintos e vontades, seus hábitos e “desvios”. Há um inegável papel do discurso religioso nesta tentativa, matura­da durante a Idade Média, assim como no Renascimento. Elas ocorrem desde as mudanças no entendimento medicinal, e de outras que, entre si, estabeleceram um diálogo in­constante, cheio de refutações e sintonias, produzindo vários discursos, alguns tendo mais comoção que outros, e seus respectivos efeitos, que aqui nos propomos a perceber.

1. Os Discursos de Controle

As bases da sexualidade moderna começa­ram a ser construídas ainda nos primeiros quatro séculos da era cristã. Começa quando os apóstolos se espalham pelo mais possível do mundo conhecido e conseguem adeptos. Na Antigüidade e Idade Média européia, porém, a cultura pagã estava muito presente na vida das pessoas, a maior penetração da influência da cultura cristã se dá na Idade Moderna, mais especificamente após as Reformas religiosas.
Desde os quatro primeiros séculos do cristianismo, a sexualidade foi por eles discutida. Quando se torna religião tolerada no império, em 313 com Constantino, o cristianismo pode ser professado livremente e conquistar novos adeptos. Aumentando sua influência, as condutas preconizadas pelos cristãos foram sugadas pela sociedade, nunca de forma uniforme, mas como paradigmas, regras muitas vezes distorcidas, re-associadas e re-simbolizadas, como também num movimento semelhante do que antes era pagão. Durante os séculos houve diversas mudanças no que se refere a compreensão de sociedade e papel de sociedade. Os primeiros cristãos dentro da cultura cristã que estava se consolidando, constantemente se reviam e não entravam num acordo. O choque que nos interessa é o das relações das duas culturas com o corpo e seu papel sexual. Nas culturas pagãs o sexo era necessário, incentivado e bem visto. A promiscuidade e a virgindade não eram tabus, apesar das mulheres ainda terem um papel de reprodutoras, quando esposas legítimas, acima de qualquer suspeita sobre a paternidade. Mas não eram renegadas por possuírem desejos sexuais. Já na visão cristã o corpo, não passava de um mero invólucro temporário que não deveria ser priorizado. Uma cultura ascética estava se impondo, mesmo que em menor grau que alguns grupos mais radicais. Não é razoável imaginar que tal conduta fosse seguida incontestavelmente por todos os que se diziam cristãos, mas o que era discutido ou transgredido era relacionado ao que os pregadores, santos, monges e Padres da igreja, vinculavam. O próprio Jesus, sob as palavras das escrituras e tradição oral, seguira o celibato. Paulo foi um dos maiores adeptos e incentivadores da vivência “eunuca”[1]. A considerar a grande atuação e influência de Paulo na expansão e edificação da cristandade.
Agostinho, em meados do século V, foi de suma importância para a cristalização do menosprezo aos impulsos sexuais. Seu argumento brilhante praticamente anulou as indagações acerca da natureza humana inseparável da conduta sexual e necessária à procriação da espécie, já que, mesmo na tradição judaica das escrituras, havia como certo a ordem da procriação, o que não foi por ele negada; mas a satisfação sexual e o ato sexual que se desviasse de tal objetivo ficou quase que irrefutavelmente condenado. Segundo Agostinho o desejo sexual espontâneo e encontrado em todo e qualquer homem e mulher era a prova do pecado original[2].
Durante a Idade Média se discutiu e se formulou, principalmente nos meios religiosos, e por sua influência, uma ética sexual baseada na recusa do prazer e na obrigação da procriação, perdurando até a idade moderna, obviamente com algumas adequações, que sentiu a força do puritanismo lançar uma campanha coerente contra todas as formas de nudez (banhos públicos e mesmo na hora de dormir) e sexualidade extraconjugal (ilegalidade da prostituição e vigilância pró virgindade feminina e castidade)[3]. O que na época medieval era visto como comportamento aconselhável tornou-se na era moderna uma conduta obrigatória e vigiada. A sexualidade agora era observada, e permitida apenas no casamento sob a obrigação da procriação, pelas autoridades civis e religiosas[4].
O sexo permaneceria mal visto e estaria mais do que nunca relacionado ao pecado original de Adão e Eva, e com base neste mito do gênesis, a mulher é vista como mais susceptível que o homem às tentações do diabo. Mais do que isso, ela é a que se relaciona diretamente com ele e é em seu corpo que ele reina, já que foi com ela que a serpente se fez ouvir e ela que leva as manipulações da serpente à Adão e o faz cair. Obviamente, por isso, as maiores atingidas pela repressão sexual foram novamente as mulheres. Sua emancipação sexual, ou mesmo pessoal, era instantaneamente relacionada ao demônio. Ela deveria continuar sob custódia dos homens, mantendo uma desconfiança constante sobre seus atos e artimanhas, para que não fizessem novamente o que fizeram no paraíso[5]. O próprio Lutero afirmava que a mulher havia sido feita para pertencer a um homem e seu papel fundamental – e que ficasse a ele restrito – era ter e criar os filhos[6]. O próprio sangue menstrual era considerado maligno já no período judaico[7]. Igualmente se sentindo culpadas por seu corpo e sua sexualidade, muitas mulheres aderiram às condutas repressoras no sentido de se regenerar e outras foram impelidas a fazer o mesmo[8]. A imagem da virgem Maria seria o exemplo para que estas mulheres seguissem. A mãe de Deus era a idealização clerical feminina – renunciava a carne, era obediente e temerosa a Deus e a Jesus (pai e filho) e fiel a seu marido José – assim como de tantos homens que temiam e se sentiam ameaçados pela influência e desejo que elas lhe causavam.
O discurso médico foi outro que teve grande influência para as novas formas de compreensão que se faziam presente na Europa moderna. A medicina revelava os seres, para que eles serviam, incluíam e excluíam comportamentos e providências que antes faziam parte da vida e do quotidiano dos europeus medievais. A ciência passa a ter um peso de verdade e de libertação do fantasma medieval da superstição, considerada pouco civilizada e inferior à cientificidade que passava a ser procurada. A tentativa de explicar, por vias comprováveis do intelecto e não mais dos mitos divinos, porém não tinha alcançado o seu ápice mas em seu início e, portanto, ainda não estavam “brigados”. O discurso médico viria a influenciar e promover a superação dos mitos religiosos, mas muitas vezes a também corroborar, com o discurso religioso e civil.
Em paralela e conseqüente atuação a palavra da medicina passou a ser invocada para justificar o papel colocado à mulher e ao homem na família e na sociedade. Tal discurso sancionou a mulher “macho incompleto” ou a “mulher-útero”. Mais ainda, na Idade média, século XIII, estes fundamentos teóricos da medicina já estavam sendo postos em prática, o que muda não é o conhecimento da natureza ou da função dos sexos, assim no século XIX, mas a forma de entender e colocar suas diferenças na distribuição social [9].
A partir do século XVI o clínico era o único a ter direito praticar a medicina – parteiras e curandeiros passaram a ser perseguidos e mortos se descobertos, o que não implica em sua inexistência – o que eleva-o socialmente e o torna quase um conselheiro da família. Passa inclusive a ser solicitado para legitimar os valores vigentes a partir do conhecimento da função de cada sexo na natureza – procriação. Também a partir do século XVI, não mais era aceitável a visão de que a mulher era uma introversão do macho, um ser incompleto que pode ser entendido como um erro da natureza quando se considerava a não casualidade de sua criação. O papel da mulher na geração de uma criança passou a assombrar os médicos e filósofos naturalistas. A função de cada sexo levava a discussões para além da geração, ela se estende para a seguridade da organização patriarcal. A mulher sendo detentora de uma semente e guardando a semente masculina, permanecendo com o feto e alimentando-o, passava a ter um papel importante e maior que o do homem. Como então driblar tal possibilidade de superioridade feminina que contradiz séculos de inferiorização que a natureza parecia querer provar-lhes ser falsa?
Primeiramente era necessário adentrar na questão da fecundação e hereditariedade para tentar achar algo que provasse um papel ativo do homem ou algo que não o diminuísse perante a sua passividade na procriação. Em segundo atacar mais uma vez o corpo feminino em sua inconstância e incapacidade de autonomia.
O medo dos puritanos acerca da voracidade sexual feminina foi inflado com a declaração da ciência médica de que a satisfação sexual era uma necessidade biológica da mulher[10].
“Não só seus úteros famintos exigiam continuamente que fossem satisfeitos, como doenças horríveis esperavam aquelas que ignoravam o imperativo natural da reprodução. A Histeria, cuja origem residiria no útero, era tida como responsável pelas alucinações da possessão diabólica e por outras formas de doença mental”[11]
A sífilis veio aterrorizar ainda mais o imaginário da sexualidade-pecado, já que era considerada um castigo de Deus pela luxúria e conseqüência da proliferação das casas de prostituição, os bordéis, causando-lhes conseqüências danosas mesmo a epidemia da doença tendo sido eliminada em 1550.
(Ver mais informações sobre prostituição no ANEXO)


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HOMOEROTISMO – OS AMORES QUE NÃO SE DEIXAM DIZER

No capítulo Os amores que não se deixam dizer, de seu livro A inocência e o vício – Estudos sobre o homoerotismo, Freire Costa cita o caso de um jovem inglês que em 1837 com seus 19 anos, escrevia cartas de amor para as suas amadas Julia e Elizabeth e seus amados Anthony e John sem demonstrar-se constrangido ou culpado por tal fato, chegando até a conclamar Deus como testemunha deste amor “viril, puro, profundo e fervoroso”.
Tendo este desembaraço e falta de remorso como pano de fundo, pode-se acreditar que o puritanismo anglo-saxão encontrava-se numa fase mais “liberal” se comparado aos séculos anteriores? Freire Costa alega que não, afirmando que o universo vitoriano não flutuava entre os céus da liberalidade ou da libertinagem.
O que se tem é a visível impossibilidade de se perceber um caráter “homossexual”, sendo taxada esta “dualidade sexual” como pecado da sodomia ou como um sujeito monomaníaco. Enfim, antes do século XIX esta atração sexual por amigos (caso restritivo aos rapazes) não despojaria o homem de sua identidade masculina, observando assim a não ideologia de uma relação amorosa corrompida.
Mas então o que veio a mudar?
Estas práticas, diante dos novos tempos burgueses, tornaram-se inconvenientes para seus padrões oitocentistas, onde não se podia admitir um erotismo ambíguo, determinando os limites do gozo (ordem de parentesco, interesse de raça, das classes, nações, Estados, metrópoles e impérios) e incutindo o indivíduo em questões de população x Estado e civilizador colonizador x primitivo colonizador, controlando assim o erotismo “rebelde” e culminado no homossexualismo.
O autor explica que no fim do século XIX o “vício que não tinha nome” tornara-se “o amor que não se ousa dizer o nome”, tendo, como vias de fato, o homoerotismo em sua fase de culpa, o qual se via como uma aberração moral, psíquica e cívica.
O psiquiatra pernambucano vê na idéia de Sandor Ferenczi, psicanalista húngaro, o termo homoerotismo mais preferível que o homossexualismo, pois o último restringe a descrição da diversidade de experiências, no âmbito psicológico, que um sujeito com inclinações homoeróticas pode passar.
Freire Costa também comenta a perspectiva de Richard Parker, o qual define o erotismo como a atração sexual e a descrição dos atos e afetos, conforme o senso comum consegue captar, enquanto o homossexualismo procura enquadrar as experiências; seria como definir um padrão para “o ser homossexual”, dando-lhe um valor homogêneo em meio a sua visível heterogeneidade. No entanto o termo “homossexualismo” tornou-se mais aceito para designar indivíduos homoeroticamente inclinados.
Enfim, esclarecidas as definições, o autor procura refletir sobre a “metamorfose do homoerotismo em homossexualismo” a partir da produção literária do final do século XIX ao começo do século XX, citando autores como Balzac, Caminha, Proust, Gide e seus respectivos personagens: Vautrin, Bom-Crioulo, Charlus e os heróis gideanos.
Freire Castro analisa o homossexualismo como ferramenta de denúncia social na literatura do século XIX, onde cita Balzac como propagador da idéia do “rebelde romântico”, tendo como exemplo a personagem Vantrin que vivia à margem da sociedade, tornando-se ladrão, gigolô, chantagista, impostor e delator. Vantrin, segundo Freire Costa, apresenta de um lado, através de suas infrações, a face burguesa: o encanto pelo dinheiro conduz ao “vale tudo” para tê-lo; e do outro, mostra a sua devoção por Lucien de Rubempré: Vantrin negava tudo e todos por sua paixão. Nota-se que o fenótipo homossexual criado por Balzac tornou-se uma grande arma na luta contra a discriminação sexual, tendo a partir da o homossexual oitocentista recebido os rótulos de rebelde moral e de anticonvencionalista sexual.
Logo após Balzac, o autor cita Adolfo Caminha e o seu livro, Bom-Crioulo, como mais uma forma de expressão de revolta social, observando a relação entre criminalidade e homoerotismo (Aleixo e Bom-Crioulo) expandindo a idéia de que a homossexualidade desperta um comportamento anti-social embebido num sexo sem moral.
Em Proust vê-se o abandono das teorias naturalistas e o apego as leis da evolução darwiniana, na qual o homossexual seria um exemplo da natureza, passível de observação assim como as plantas e os animais. Proust trouxe mais um componente para a chamada “identidade homossexual” e sua conseqüente universalização, que seria a “refinada sensibilidade”, deixando-se de lado a idéia do homossexual depravado.
Freire Costa apresenta Gide como contraste no âmbito do comportamento homossexual, onde os heróis gideanos encontram-se diante de conflitos morais protestantes, onde as crises de consciência reinam, existindo um homossexual infeliz, tendo como única saída a resignação e o esquecimento da sua inclinação erótica.
Para fechar sua análise, o autor analisa os três pontos na fabricação do imaginário homossexual: o homossexualismo de escola: os contatos homoeróticos acontecidos na infância ou adolescência estão vinculados a cenários de violência provocando repulsa dos mais fracos submetidos aos abusos dos mais fortes (exemplo – O Ateneu de Raul Pompéia), o que poderia culminar, no porvir, o desenvolvimento de um assassino devido à perversão sofrida; o homossexualismo de quartel: os militares homoeróticos sucumbem às orgias contras as vítimas de seus desejos sexuais, o que levaria ao assassinato ou ao suicídio; e o homossexual como um ser exótico, onde se encaixam três ideologias:
1- O homem branco, burguês, colonizado e civilizador como um ser superior em comparação ao primitivo colonizado ou aos menos favorecidos na sociedade, justificando assim, todo o “imoralismo” burguês contra tais grupos.
2- O homoerotismo exótico como forma de liberalismo, no auge do seu poder, da ostentação. O homossexual poderia ostentar, porém confinado, manifestando-se sem riscos.
3- O homossexual como parasita na sociedade.

Nas linhas finais, Freire Costa procura chamar a atenção acerca da formação desta “identidade homossexual”, que foi criada desde o século XIX, perdurando até a década de 50 do século XX; década esta que propôs um novo lugar social para o homoerotismo, forjando novas crenças e criando novos desejos e novas formas lingüísticas.

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CONFISSÃO

Mecanismo elementar de controle das consciências e dos comportamentos, principalmente os sexuais, nos países católicos entre os séculos XVI e XVIII, a confissão, um dos sete sacramentos da Igreja, percorrera, no entanto um enorme percurso para chegar ao grau de, digamos sofisticação, de controle social que tinha nesta época. Da superficialidade dos antigos penitenciais da Idade Média, a confissão passa a se basear nas sumas e manuais que surgem no século XIII e se multiplicam por toda a Europa a partir do século XV, que habilitam os confessores a uma decifração minuciosa do universo de possíveis pecados do penitente.
Num primeiro momento, na origem da confissão, baseados nos penitenciais que se limitava enumerar pecados e respectivos castigos, os primeiros confessores objetivavam na confissão apenas a indagação se o penitente havia cometido algum pecado; no caso dos pecados sexuais, ou da carne, ele perguntava se o penitente havia praticado um dos quatro pecados listados por São Paulo (adultério, masturbação, homossexualismo, fornicação). Ou seja, neste primeiro momento da confissão, a ação é que era julgada pecaminosa.
Numa época posterior, talvez inspirado em Santo Agostinho, com suas discussões sobre os conflitos e dramas da interioridade, o confessor já não se limitava em apenas perguntar ao penitente se ele havia praticado algum dos pecados, mas se, além disso, ele havia desejado praticá-los. Nota-se, portanto aqui uma ampliação do conceito de pecado: não só a ação é julgada como pecaminosa, mas também a intenção.
Ao longo da história da confissão, outros procedimentos surgiram, contribuindo para seu desenvolvimento; sendo alguns exemplos destes: conhecimento do confessor acerca das possibilidades de pecado de cada parte do corpo do penitente, e como o mundo a sua volta poderia estimular cada pecado; a tentativa de decodificação dos sinais dos pecados, em que o confessor buscava o pecado nas pequenas atitudes e gestos involuntários, onde aparentemente ele não existia; a indução a que o penitente falasse bastante, para que se traísse através das palavras, mostrando às vezes pecados onde nem ele mesmo os imaginava existentes; ou ainda o acréscimo dos sonhos à lista dos pecados, afinal como disse Santo Agostinho em suas confissões, sonhamos pecados.
Dessa forma, a confissão se transforma numa verdadeira técnica da fala, que se dava num crescendo: o confessor indaga inicialmente se o penitente cometeu, fantasiou ou teve a intenção de cometer algum ato pecaminoso. Se algum pecado tinha sido cometido, perguntava se houve deleite, pois a existência de prazer aumentava a falta cometida; assim como também agravavam o pecado os tipos de órgãos que se envolveram, o tempo de duração, a quantidade de pessoas envolvidas, e o local onde aconteceu o ato pecaminoso. E por fim o confessor questionava se o penitente havia se arrependido, se estava pronto para a penitência e para não mais pecar. Afinal, não se tratava apenas de proibir ações, palavras e pensamentos, mas de fazer com que outros se coloquem em seu lugar; pois é na tentativa de mudar o pensamento e a vida do penitente que se manifestam o controle e a repressão sexual.
Combatida pela Reforma Protestante, que considerava a confissão charlatanice, pois os protestantes julgavam que só Deus tinha o poder de salvar ou condenar, a confissão foi peça- chave na estratégia da Contra-Reforma: valorizada enquanto sacramento e renovada em sua técnica. A confissão sacramental tornou-se, segundo Foucault, matriz da produção discursiva sobre o sexo no Ocidente.









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ANEXO

FOUCAULT E A HISTÓRIA DA SEXUALIDADE

Em a História da Sexualidade 1 – A Vontade de Saber, Michel Foucault procura desconstruir o antigo pensamento acerca da sexualidade entre os séculos XVI e XIX.
O autor busca desmistificar a idéia de extrema repressão sexual exercida pelo Poder (instituições como a igreja, a família, a escola), a qual se dizia que a ascensão da burguesia tinha a induzido. Formulou-se, então, que o sexo, nesta fase, reduziu-se apenas a função reprodutiva, sendo o casal-reprodutor o modelo absoluto e o que não se encaixasse neste âmbito taxado como anormal e renegado pela sociedade.
No entanto, segundo a hipótese repressiva, a “hipócrita burguesia vitoriana” viu-se obrigada a abrir concessões, restringindo a “sexualidade ilegítima” a lugares onde podiam dar lucro, tais como os consultórios e/ou hospitais psiquiátricos, além dos prostíbulos, dando ao sexo um caráter mercantil.
Outro fato que se apregoou foi à criança como um ser assexuado, surgindo assim à oportunidade de repressão e condenação ao silêncio geral desde a infância do indivíduo. Enfim, a combinação destes supostos acontecimentos culminou na máxima da hipótese repressiva: a energia deveria ser implantada na força de trabalho e não desperdiçada nos prazeres carnais; revelando um forte apelo capitalista, que segundo os marxistas, caracterizou-se pela sujeição do sexo, do corpo do homem a favor de uma classe sobre a outra.
A hipótese foucaultiana não contesta totalmente a legitimidade da hipótese vigente até então, pois, segundo o filósofo francês é impossível refutá-la sendo tão benquista pela sociedade atual, servindo para o bem estar da humanidade e a manutenção da ordem social, afirmando o benefício da formulação da mesma devido aos seguintes pontos:

1- O fato de se comentar sobre algo que é reprimido ganhará um caráter transgressor.
2- Existindo esta idéia de repressão, prazer e revolução vinculam-se, podendo-se chegar a uma futura “liberação sexual”.
3- Ligação intrínseca entre sexo e revelação da verdade.

O que ele realmente contesta é a idéia que esta repressão seja o elemento fundamental. O questionamento mais importante, segundo Foucault não é por que somos reprimidos, mas por que dizemos com tanto ódio que somos reprimidos.

A construção da idéia de sexo, segundo Foucault, origina-se de dois conceitos opostos: ars erotica (própria de civilizações árabe-muçulmanas, China, Índia, Japão) e a scientia sexualis (encontrada na civilização Ocidental).
A arte erótica procura extrair a “verdade sobre o sexo” a partir do próprio prazer e não instruída por leis que separam o lícito do ilícito. Seria como um conjunto de técnicas e ensinamentos secretos destinados à plenitude sexual, uma espécie de ritual de iniciação erótica e de suas devidas preparações, tanto masculinas quanto femininas, onde o mais importante é o bem-estar; onde o gozo perfeito significaria “o elixir da longa vida”.
Já a ciência do sexual encontra na confissão a produção central do saber, sendo o indivíduo empurrado a expor seus prazeres, a confessar tudo, estabelecendo-se uma relação de Poder entre quem narra (produção de um discurso sobre si) e quem ouve (interpretação do mesmo, podendo redimi-lo ou condena-lo).
A ars erotica foi substituída pela scientia sexualis no Ocidente, mas na concepção do autor, a primeira não desapareceu completamente. Foucault lança discretamente a hipótese que a ciência do sexual seria “uma forma particularmente sutil” da arte erótica, pois se vê na confissão, na direção e união espiritual com o amor de Deus, uma espécie de iniciação; uma forma de intensificar as experiências mental, espiritual e física através de um discurso.
Estes discursos tomaram uma maior proliferação a partir do século XVIII, onde se via claramente duas modalidades formadas: a confissão – o sacramento da mesma após o Concílio de Trento (1545); a Igreja Católica, na Contra-Reforma passou a estimular a confissão na tentativa de tornar o discurso sobre o sexo tecnicamente útil e moralmente aceitável - e o discurso científico, este dividido em cinco estratégias para usurpar a verdade sexual:

1- Codificação clínica do “fazer falar”: seria uma espécie de confissão, porém no campo científico.
2- Postulado de uma causalidade geral e difusa: o menor desvio pode trazer sérias e insolúveis conseqüências, sendo o sexo o representante dos perigos ilimitados.
3- Princípio da latência intrínseca da sexualidade: sexo como algo obscuro, sendo necessário à junção da prática científica com a confissão.
4- O método da observação: verdade como produto da interpretação da confissão.
5- Medicalização dos efeitos da confissão: os médicos consagram-se como os intérpretes da verdade sobre o sexo.

Para Foucault o aumento na produção de discursos sobre o sexo deu-se a partir do próprio Poder, onde o seu intuito não estava na redução ou proibição da prática sexual, mas sim no controle do indivíduo e da sociedade.
Esta dita explosão discursiva sobre o sexo talvez tenha proporcionado uma maior depuração no vocabulário chamado autorizado, originando novas ordens de decência (o sujeito controlador de si), bem como a definição de onde, quando e com quem poderia se falar sobre este assunto. Estas “regiões de silencio” foram implantadas entre pais e filhos, professores e alunos, patrões e serviçais.
A concepção de Poder de Foucault dá margem a uma nova ótica sobre a sexualidade, dando-lhe a característica de dispositivo histórico de Poder. A relação entre um ponto e outro deu origem a visão de Poder foucaultiana, a qual ele chamou de “jurídico-discursiva”, estando o Poder em toda parte, mantendo ou destruindo grandes esquemas de dominação. A partir desta concepção os chamados dispositivos de Poder (instituições, organizações arquitetônicas, leis, medidas administrativas, enunciados científicos, proposições filosóficas e decisões regulamentadoras) atuam sobre o indivíduo e a sociedade agindo com um caráter “normalizador”, dividindo-se entre o que é dito e o não dito, sendo exemplo as práticas discursivas e as instituições, respectivamente, onde se percebe a sexualidade como um dos dispositivos mais eficazes de controle.
No final do século XVIII e inicio do XIX observa-se uma diversificação nos focos originários do discurso sobre o sexo, não se restringindo mais a Igreja, mas adentrando nos âmbitos da medicina, justiça penal, demografia, crítica política e psiquiatria, tendo o seu conteúdo um cunho moralista, procurando não apenas tolerar, mas inserir o assunto-sexo num sistema de utilidade, regulando-o para o bem da sociedade.
Possivelmente, foi nestes meados que os pedagogos e psiquiatras passaram a se interessar mais acerca do sexo das crianças, elaborando um discurso anti-onanista e classificando o conjunto das perversões sexuais infantis, disseminando a consciência do sexo como algo perigoso, acreditando-se que as práticas sexuais não controladas desde a infância ameaçariam não apenas o indivíduo, mas a própria geração futura, pois o porvir sadio de sua família e de sua classe social (filhos de burgueses e aristocratas) dependia da sua plena capacidade física e intelectual, tendo tomado corpo, algum tempo depois, a teoria da “degenerescência”, que seria uma hereditariedade extremamente saturada de perversão sexual, podendo reproduzir um perverso sexual – homossexual (sendo visto antes do século XIX apenas como praticante de sodomia ou monomaníaco, não encarando o homossexualismo sob a ótica contemporânea) ou exibicionista - raquitismo dos seus descendentes e esgotamento nervoso.
A mulher também se tornou objeto de preocupação, tornando-se “sexualizada”, sendo-lhe reforçado o papel de mãe e lhe atribuído um ponto negativo; o da histerilização do seu corpo. ~´a parte, mantendo ou destruindo grandes esquemas de dominaçvas formadas: a confissaade entre os s
Foucault alerta para a falsa idéia de que as técnicas de controle corporal tenham começado no proletariado, originando-se, na realidade, nas classes privilegiadas, sendo a família o local preferencial de atuação do dispositivo da sexualidade. O olhar sobre o sexo do proletariado deu-se apenas na segunda metade do século XIX, época onde se constituíram problemas econômicos, políticos, demográficos e higiênicos, instaurando-se um controle de vigilância sobre o “corpo pobre” da sociedade.
Em suma, pode-se observar que um novo prazer surgiu na idade Moderna: o de contar e o de ouvir, sendo instaurado pela obrigação de se confessar, difundido amplamente. Foucault, através deste livro, procurou mostrar novas formas de se encarar o desenrolar da sexualidade entre os séculos XVI e XIX, mostrando falhas em estruturas até então sólidas no imaginário coletivo e lançando um novo olhar, criticado por muitos, porém de irrefutável importância para o entender do comportamento humano nestes três séculos.




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PROSTITUIÇÃO

Ao longo da História, as sociedades que deram ao sexo a função genital procriadora foram obrigadas a tomar atitudes ambíguas; é o caso, por exemplo, da prostituição. A prostituição, por ser um tipo de relação sexual sem função procriadora é socialmente condenada. Mas ao mesmo tempo é tolerada e até mesmo estimulada, pois essa sociedade é a mesma que exige a virgindade feminina até o casamento, e por outro lado, não só permite aos homens o sexo antes deste, como estimula, pois exalta a virilidade masculina; a prostituição surgindo, então, como solução para uma contradição que a própria sociedade cria, ou seja, como um elemento intrinsicamente ligado à família. Dessa forma, a sociedade cria elementos de segregação visível e integração invisível, fazendo da prostituta peça fundamental da lógica social.
É desse jogo segregação-integração e da relação indissolúvel entre prostituição e família que fala o romance de Mário de Andrade, Amar verbo intransitivo; onde a integração se dá por meio do contrato de trabalho e a segregação, pelo prazo limitado de validade do contrato.
No livro, um pai de família da alta burguesia paulistana da década de 20 do século passado, resolve imitar seus amigos solucionando o problema da iniciação sexual de seu filho adolescente contratando uma jovem prostituta alemã. Essa prostituta vai morar em sua casa por um tempo e tem como função iniciar seu filho sexualmente de modo afetivo e higiênico; mas para todos os efeitos ela está ali como preceptora do garoto.
O romance de Mário de Andrade possui três aspectos especialmente sugestivos: o primeiro é que ele situa a prostituta como peça fundamental para a conservação da instituição familiar, pois coloca a prostituta como fazendo parte literalmente da família, já que passa a morar sob o mesmo teto que ela, e atua sob os olhos vigilantes dos pais do menino.
Em segundo lugar, o garoto possui duas irmãs, e apesar de uma delas ser quase da sua idade, ninguém demonstra o menor interesse por sua sexualidade. Sexualidade esta tão aflorada quanto a de seu irmão; que o romancista apresenta através dos seus impulsos incestuosos pelo irmão e nos seus impulsos homossexuais pela preceptora. Mas sexualidade que a família desconhece totalmente, ou melhor, finge não perceber.
Em terceiro lugar, e com fina ironia, o autor cria uma professora-prostituta alemã e jovem, zombando do imaginário sexual brasileiro que fantasia a mulher européia como experiente “professora de sexo”, que não cai em envolvimentos sentimentais, ao contrário da gente dos trópicos. Zomba ainda do modo como, no Brasil, foi interpretada a tentativa de educação e liberação sexuais feita na Alemanha na mesma época - o que lá era busca de nova atitude perante o sexo, aqui se transformou em prostituição de luxo. Além disso, na qualidade de mulher branca, a preceptora - prostituta será, nesse imaginário brasileiro, necessariamente mais limpa e cultivada, e superior à negra escrava que antes é quem tinha essa função de iniciação sexual dos rapazes; o que demonstra que às vezes a repressão sexual vem acompanhada de outros preconceitos, como no caso do racismo.
O próprio título do livro é muito interessante e fala por si: para a professora-prostituta alemã, o verbo amar é intransitivo. Mas será transitivo na relação que mantém por carta com o noivo que está na Alemanha; e é graças ao dinheiro que recebe se prostituindo, que poderá casar-se com ele e constituir uma família dita honesta. E assim, a prostituição fecha o círculo, reaparecendo indissoluvelmente ligada à existência e manutenção da família, nesse padrão que nós conhecemos. casar-se com ele e constituir uma famtituindo que podercaso do racismo.uta alempais do menino.












Referências Bibliográficas

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F. M. GRIECO, Sara. O corpo, aparência e sexualidade. In DUBY, Georges e PERROT, Michelle. História das mulheres no ocidente. Vol. 3: Do Renascimento à Idade Moderna. Porto: Afrontamento, 1991 – pp. 71-120.

FOUCAULT, Michel. A Mulher/Os Rapazes da História da Sexualidade. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque. São Paulo, 2ª ed., Paz e Terra, 2002.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade 1 – A vontade do Saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque. São Paulo, 15ª ed., Graal, 2003.

MILES, Rosalind. História do mundo pela mulher. Rio de Janeiro: LTC: Casa-Maria Editorial, 1989.

PAGELS, Elaine. Adão, Eva e a Serpente. Rio de Janeiro: Rocco, 1992

TANNAHILL, Reay. O sexo na História. Rio de Janeiro, Editora Francisco Alves, 1980.

VAINFAS, Ronaldo. Trópico dos Pecados. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1989.

VERDON, Jean. Dossiê. A Idade Média: Os Bordéis, casas das mais toleradas. História Viva. São Paulo, Março de 2004, nº 5, pp. 39-47.


[1] Não no sentido físico mas, sim, comportamental.
[2] PAGELS.
[3] F. M. GRIECO.
[4] F. M. GRIECO.
[5] PAGELS; F. M. GRIECO.
[6] Lutero In MILES.
[7] MILES
[8] MILES
[9] BERRIOT-SALVADORE.
[10] F.M. GRIECO. BERRIOT-SALVADORE.
[11] F. M. GRIECO, pp. 93













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