domingo, março 18, 2007

A Guerra dos Trinta anos - A primeira guerra moderna

Este é o trabalho sobre a GUERRA DOS TRINTA ANOS, parte da disciplina Idade Moderna I, disciplina d0 quarto período do curso de História, apresentado pelos alunos: GUILHERME BRITO, GUILHERME HUGO, MICHELY PALOMA, PAULO HENRIQUE
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Índice

A Guerra dos Trinta Anos

Introdução .......................................................................................4

I. Contexto histórico....................................................................5
revolta na Boêmia (1618-1620)......................................................7
A guerra na Alemanha(1619-1643)...................................................8

A guerra dinamarquesa(1625-1629).................................................8

A guerra sueca(1630-1635)..............................................................9

A fase franco-sueca(1635-1648)........................................................11


II. Países envolvidos na guerra....................................................14

III. Questões religiosas...................................................................17

IV. Desenvolvimentos militares.....................................................19

V. O impacto da guerra na sociedade e na economia alemã.....21

VI. A Paz da Vestfália....................................................................22

VII. Anexos ........................................................................................24

VIII. Conclusão ....................................................................................29

IX. Bibliografia...................................................................................30












· Introdução

A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) foi uma série de conflitos religiosos e políticos ocorridos especialmente na Alemanha, nos quais rivalidades entre católicos e protestantes e assuntos constitucionais germânicos foram gradualmente transformados em uma luta européia. Apesar de os conflitos religiosos serem a causa direta do conflito, ele envolveu um grande esforço político da Suécia e da França para procurar diminuir a força da dinastia dos Habsburgos, que governavam a Áustria. A guerra causou sérios problemas econômicos e demográficos na Europa Central.

· Antecedentes da Guerra e panorama geral
Os conflitos religiosos ocorridos na Alemanha e solucionados em 25 de setembro de 1555 com a assinatura da Paz de Augsburgo inauguraram um período no qual cada príncipe podia impor sua crença aos habitantes de seus domínios. O equilíbrio manteve-se enquanto os credos predominantes restringiam-se à religião católica e luterana, mas o advento do calvinismo complicaria o cenário. Considerada uma força renovadora, a nova linha religiosa conquistou diversos soberanos. Os jesuítas e a Contra-Reforma, por outro lado, contribuíram para que o catolicismo recuperasse forças. Assim nasceu o projeto expansionista dos Habsburgos, idealizado por Fernando, duque de Estíria, que fora educado pelos jesuítas. O perigo ameaçava tanto as potências protestantes no Norte como a vizinha França.
À medida que o conflito se desenhava, a luta ia sendo influenciada por muitos outros temas colaterais, tais como as rivalidades e ambições dos príncipes alemães e a teimosia de alguns dirigentes europeus, sobretudo dos franceses e suecos, em abater o poderio do catolicíssimo Sacro Império Romano-Germânico, o instrumento político da família dos Habsburgos.
Esta conjuntura fora desencadeada na segunda metade do século XVI pelas fraquezas do Tratado de Augsburgo, um acordo concluído em 1555 entre o Sacro Império católico e a Alemanha luterana.
As tensões religiosas agravaram-se na Alemanha no decurso do reinado do Imperador Rodolfo II -1576-1612(que em 1609 assegurou a liberdade de culto,mas em 1611,ele sentiu-se com poder suficiente para revogá-lo) período durante o qual foram destruídas muitas igrejas protestantes. As liberdades religiosas dos crentes protestantes foram limitadas, nomeadamente as relativas à liberdade de culto; os oficiais do governo lançaram as bases do Tratado de Augsburgo, que criou condições para o refortalecimento do poder católico. Com a fundação da União Evangélica em 1608, uma aliança defensiva protestante dos príncipes e das cidades alemãs, e a criação, no ano seguinte, da Liga Católica, uma organização semelhante mas dos católicos romanos, tornava-se inevitável o recurso à guerra para tentar resolver o conflito latente, o qual foi desencadeado pela secção da Boêmia da União Evangélica.
Na Boêmia (atual República Checa), teve início uma disputa pela sucessão do trono, que envolveu católicos e protestantes. Fernando II de Habsburgo, com a ajuda de tropas e recursos financeiros da Espanha, dos germânicos católicos e do papa, conseguiu derrotar os protestantes da Boêmia. Os protestantes, que constituíam a maior parte da população, estavam indignados com a agressividade da hierarquia católica. Os protestantes exigiam de Fernando II, o rei da Boêmia e futuro imperador do Sacro Império, uma intercessão em seu favor. Todavia, as reivindicações foram totalmente ignoradas pelo rei, pois este era um fervoroso católico e um potencial herdeiro do poder imperial dos Habsburgos. Fernando II estabeleceu o catolicismo como único credo permitido na Boêmia e na Morávia. Os protestantes boêmios consideraram o ato de Fernando como uma violação da "Carta de Majestade". Isso provocou nos boêmios o desejo de independência.
A Defenestração de Praga.
A resposta da maioria protestante não se fez esperar: em 23 de Maio de 1618, descontentes com os católicos que destruíram um de seus templos, invadiram o palácio real em Praga e lançaram dois dos seus ministros e um secretário pela janela, fato que ficou por isso conhecido como a "Defenestração de Praga" ou "violência de Praga", tendo despoletado a sublevação protestante. Assim começava a guerra, que abrangeu as revoltas holandesas depois de 1621 e concentrou-se em um confronto franco-Habsburgo após 1635.

· Início da Guerra

1. A Revolta Boêmia
Em 1618, a província da Boêmia (atual Republica Checa) subleva-se contra o domínio austríaco. Um dos principais motivos do levante na região da Boêmia foi a tentativa de erradicação do protestantismo nessa região pelo imperador Matias, também arquiduque da Áustria, ele exerceu forte pressão para que Fernando de Estíria,um líder católico,fosse eleito rei da Boêmia.
Os revoltosos não aceitaram essa imposição depondo Fernando de Estíria e oferecendo a coroa a um simpatizante alemão, o eleitor Frederico V do Palatinado, um calvinista. Eles também recebem auxílio do duque de Savóia, que envia 2 mil mercenários, comandados por Ernest Von Mansfeld, e de Bethlen Gábor, líder de outra revolta contra os Habsburgo - esta na Transilvânia. Mansfeld captura Pilsen em 1618, enquanto Bethlen sitia Viena. Em 1619,quando Fernando de Estíria elege-se imperador para suceder Matias,sua posição parece insustentável.
Segundo o livro, “A Guerra dos Trinta anos” (Stephen J. Lee):
[1] “Nos dois anos seguintes a revolta, contudo,a situação muda dramaticamente,pois a Espanha vem em socorro do imperador. Sob a liderança de Spinola-general italiano a serviço da Espanha-,um exército espanhol invade o Palatinado em 1620,capturando parte das terras alemãs de Frederico e enfraquecendo-lhe o esforço de Guerra na Boêmia. Enquanto isso,graças ao Tratado de Munique(1619),Maximiliano,duque da Baviera encarrega-se de coordenar o esforço da guerra imperial;para tanto,utiliza-se da Liga Católica,fundada por ele em 1609. em 1620,vários dos principais Estados luteranos do Império,incluindo a Saxônia,no Tratado de Ulm, comprometem-se a não ajudar nem a Boêmia e nem o Palatinado. Em retribuição têm garantia sua própria segurança...”
Em 1620, as forças rebeldes são derrotadas na Montanha Branca,uma colina próxima à Praga,pelas forças da liga Católica,do Imperador e de um contigente fornecido pela Saxônia.
Com isso, aconteceram:
Sujeição da Boêmia, com a execução de 27 líderes;
O confisco em massa das terras dos rebeldes;
Restauração forçada do catolicismo;
Deposição de Frederico do Palatinado
Recuperação do reinado de Fernando de Estiria;

2. A guerra na Alemanha(1619-1623)
O Palatinado, ligado a Frederico V, foi o centro a partir do qual se espalhou o calvinismo pela Renânia e o principal membro da União Protestante, aliança formada em 1608. Com isso, Em 1623, Fernando, com a ajuda da Espanha e da Baviera, conquista o Palatinado de Frederico V. No final de 1624, o Palatinado, entregue a Maximiliano I, duque da Baviera, era novamente um bastião católico. No entanto, as ambições germânicas de Fernando e sua aliança com a Espanha, fizeram com que se manifestasse a apreensão das nações protestantes da Europa e também da França.
3. A guerra dinamarquesa(1625-1629)
O imperador, orgulhoso do seu triunfo, pretendia obrigar os protestantes a devolver os bens eclesiásticos, que haviam sido secularizados. Os rebeldes pediram ajuda ao rei da Dinamarca e Noruega, Cristiano IV, protestante e príncipe do Império, pois possuia o ducado de Holstein (na atual Alemanha).
Na segunda fase da guerra, o conflito assumiu um carácter internacional numa altura em que os Estados germânicos protestantes buscavam ajuda no exterior contra os católicos. Países como a Inglaterra (anglicana) e a França (católica) estavam receosos do poder dos Habsburgos, mas estas duas nações, na altura aliadas contra a Espanha, não intervieram de imediato porque se debatiam com problemas internos. O único apoio surgiu do Norte, majoritariamente luterano.
Em 1625, Cristiano IV renovou a guerra contra os imperialistas católicos, como líder de uma coligação contra os Habsburgos organizada pelos neerlandeses. Esta intervenção, porém, não assentava em motivações desinteressadas; os seus objetivos radicavam mais em ambições territoriais (para compensar a perda das províncias bálticas para a Suécia) e na vontade de acabar com o domínio dos Habsburgos no ducado dinamarquês de Holstein (fronteira norte da Alemanha).
Este rei, apoiado por príncipes germânicos luteranos e calvinistas, mobilizou um grande exército em 1625 e invadiu a Saxônia (Norte da Alemanha), onde não encontrou uma resistência muito forte. Entretanto, Albrecht von Wallenstein, duque de Friedland, nobre checo riquíssimo e ambicioso, tinha formado um feroz exército repleto de mercenários, oferecendo-se a Fernando II, que apenas dispunha do exército de Tilly. O exército dos mercenários teve a sua primeira vitória em Dessau, na Alemanha, em Abril de 1626. Em Agosto desse mesmo ano, Tilly derrotou o exército dos protestantes em Lutter am Barenberg, na Alemanha, obrigando as forças de Cristiano a abandonarem seus aliados e retirarem-se, em 1627, para a península da Jutlândia (Dinamarca).
Depois, a 6 de Março de 1629, as forças imperiais somavam uma estrondosa vitória, com o Édito da Restituição, um documento que anulava todos os direitos protestantes às propriedades católicas expropriadas a partir da Paz de Augsburgo. Em 22 de Maio de 1629, o rei Cristiano aceitou o Tratado de Lübeck, que o privava de mais alguns territórios germânicos, significando o fim da Dinamarca como potência européia. O imperador alcançou o auge de seu poder.
4. A guerra sueca(1630-1635)
Na fase sueca, a seguinte, o cardeal e estadista francês, Richelieu, o implacável ministro de Luís XIII, pai de Luís XIV, estava pouco satisfeito com o sucesso dos Habsburgos. Richelieu decidiu intervir diretamente na Alemanha, mas, entretanto, aliciou o monarca sueco Gustavo II Adolfo, denominado "rei da neve", prometendo-lhe determinadas concessões.
Gustavo Adolfo era um luterano, que já tinha sido contactado pelos povos protestantes do Norte. Nestas circunstâncias, concordou em entrar no conflito pois perspectivava obter o apoio da França para poder concretizar as suas ambições hegemônicas no Báltico. Dotado de superiores qualidades militares, colocou-se a frente de um exército bem instruído na tática dos fogos, formado principalmente de camponeses suecos e pequeno número de mercenàrios. A disciplina era severa e a pilhagem era proibida.
No Verão de 1630, Gustavo Adolfo entrou na Pomerânia (Noroeste da Polônia), com o seu exército; enquanto isto, o exército de mercenários, agora comandado por Tilly, cercava Magdeburgo, uma cidade alemã pilhada e destruída em Maio de 1631.
Volvidos alguns meses, o exército de Tilly sofreu três derrotas; na última destas batalhas, travada em Breitenfeld, perto da atual cidade de Leipzig, em 17 de Setembro de 1631, Gustavo Adolfo teve a ajuda do exército saxão. Depois desta batalha de Breitenfeld, o exército sueco encaminhou-se para o Sul da Alemanha.
Fernando, confrontado com a derrota, chamou novamente Wallenstein para comandar as tropas imperiais. Este recrutou um novo exército de mercenários, e invadiu a Saxônia no Outono de 1632.
O exército sueco foi então no seu encalço, e em 16 de Novembro atacou os católicos em Lützen. Nesta batalha, travada também na Alemanha, Gustavo perdeu a vida, mas no seu final os seus inimigos, comandados por Wallenstein (que aceitara o comando das forças imperiais com a condição de ficar com poderes ilimitados), foram forçados a bater em retirada. Após a morte de Gustavo Adolfo, o chanceler sueco Oxenstierna financiou a Liga Heilbronn dos Protestantes Alemães (1633), que dissolveu-se após a derrota militar em Nördlingen, em 1634.
Bernhard, duque de Saxe-Weimar, que veio substituir no comando Gustavo, em Lützen, ultrapassou a Baviera depois desta vitória. Todavia, durante o ano de 1633, Wallenstein, por seu turno, conseguiu importantes vitórias contra os interesses suecos na Silésia (Sul da Polônia).
O conflito se ampliou, alimentado pelas ambições políticas das diversas potências. A Polônia atacou a Rússia e estabeleceu uma ditadura em Moscou. A paz russo-polonesa de 1634 pôs fim à ambição polonesa ao trono czarista mas deixou a Polônia livre para retomar as hostilidades contra seu principal inimigo no Báltico, a Suécia, então profundamente comprometida na Alemanha.
No final de 1633, Wallenstein deu início a um movimento de paz entre os círculos que lideravam as forças imperialistas. Todavia, foi retirado do seu posto de comando por Fernando, sob suspeita de cometer atos de traição, mas, mesmo assim, encetou conversações de paz com os líderes protestantes. As suas tentativas de pôr fim à guerra criaram-lhe inimigos entre os oficiais, que o terão assassinado em 25 de Fevereiro de 1634. Em 6 de Setembro desse ano, os exércitos imperiais impuseram uma devastadora derrota ao duque Bernardo em Nördlingen (Baviera), na Alemanha, que desmoralizou os protestantes e os levou a abandonar o conflito. A Paz de Praga, assinada em 30 de maio de 1635, que formalizou o fim da guerra civil dentro da Alemanha, trouxe algumas alterações favoráveis aos luteranos-saxões, nomeadamente mudanças elementares no Édito da Restituição. No mesmo ano a França entrou em guerra com os Habsburgo, juntamente com a Suécia e as Províncias Unidas.
5.a fase franco sueca(1635-1648)
Esse período foi assim chamado porque Richelieu, após ter apoiado secretamente os adversários da casa de Áustria (Habsburgos), interveio diretamente contra ela, combatendo também a Espanha (aliada da Áustria que que apoiava de forma decisiva o imperador). O absoluto ministro de Luís XIII, embora interessado no aniquilamento da Casa da Áustria, não pretendia intervir diretamente no conflito por ser o imperador austríaco defensor do catolicismo, mas as vitórias imperiais e a possibilidade da consolidação do poder dos Habsburgos o levaram a lutar ao lado dos protestantes da Suécia, Países Baixos e principados alemães.
Os assuntos religiosos não eram então os mais importantes, neste novo período iniciado em 19 de Maio de 1635, com a declaração de guerra da França à Espanha, o outro grande domínio Habsburgo na Europa, além da Áustria e regiões dependentes na Europa Central. A guerra converteu-se, portanto, num conflito pela hegemonia entre os Habsburgo e a França. Desse jeito, o conflito foi ampliado para quase todo o continente.
A França, aliada da Suécia e de outros territórios e líderes protestantes, pôde ultrapassar algumas dificuldades iniciais. O general sueco Johan Banér, derrotou as forças conjuntas dos saxões e dos austríacos em Wittstock, em 4 de Outubro de 1636, desferindo um duro golpe na posição dos Habsburgos na Alemanha.
Em 1636, as invasões espanholas em território francês foram repelidas e a posição dos Habsburgos na Alemanha ficou ainda mais comprometida pela derrota infligida pelo duque Bernhard em Rheinfelden, em 2 de Março de 1638. Depois destes reveses, os exércitos imperiais viram-se forçados a baixar as armas. Entre 1642 e 1645, o general sueco Lennart Torstensson obteve diversos triunfos: bateu a Dinamarca, que se unira às forças imperiais, e tomou largas porções territoriais da Alemanha e da Áustria.
No ocidente, a França, sob o comando do general Henri de La Tour d'Auvergne, visconde de Turenne (1611-1675), e Luís II, príncipe de Condé, também foi bem sucedida. Condé, por exemplo, derrotou um exército espanhol em Rocroi, na França, em 18 de Maio de 1643. Em Novembro seguinte, os franceses sofreram algumas derrotas em Tuttlingen, na Alemanha, mas a partir daí os Habsburgos só conseguiram ganhar algumas pequenas batalhas.
Os exércitos aliados de Condé e de Turenne bateriam um exército bávaro em Freiburg im Breisgau, em junho de 1644. Em 3 de Agosto do ano seguinte, os comandantes franceses voltaram a superiorizar-se a um outro exército Austro-Bávaro perto de Nördlingen.
Representantes do Império e da coligação contrária deram início às negociações de paz em Münster e Osnabrück, na Alemanha, em 1645, que se revelaram infrutíferas. Contudo, depois da Baviera central ser invadida, Maximiliano I concluiu, em 14 de Março de 1647, as tréguas de Ulm com a Suécia e a Espanha. Apesar destes desastres, o imperador Fernando III recusou-se a capitular. Os confrontos prosseguiam na Alemanha, no Luxemburgo, nos Países Baixos, na Itália e na Espanha, ainda em 1647.
No Outono desse ano, Maximiliano I reentrou na guerra do lado do Império, e mais uma vez o exército bávaro-austríaco foi derrotado em 17 de Maio de 1648 (Zumarshausen). Esta derrota, bem como os cercos sueco de Praga e franco-sueco de Munique, aliados à importante vitória francesa de 20 de Agosto em Lens, na França, obrigou Fernando III, também confrontado com a ameaça de assalto a Viena, a concordar com os termos de paz impostos pelos vencedores desta Guerra dos Trinta Anos, consagrados no Tratado de Vastefália (Westfália). A guerra franco-espanhola, no entanto, prosseguiu até o Tratado dos Pireneus, em 1659.
· Países Envolvidos na Guerra dos Trinta Anos

- Dinamarca

Era um dos Estados mais fortes e importantes da Europa. Quando Frederico II subiu ao trono em 1559, a Dinamarca estava em atritos com a Suécia pelo controle comercial do Mar Báltico. Produtos do mar, agrícolas, peles, mineração e florestais estavam entre os principais produtos que circulavam. Segundo Will Durant a Dinamarca era um dos Estados mais fortes da Europa, saindo-se vencedora dos conflitos contra os suecos e com isso ganhando além de vários territórios o domínio de cobrar tributos da navegação comercial que passava pelos estreitos entre os mares do Norte e Báltico.
Os nobres eram senhores da metade das terras. Os camponeses eram mantidos na escravidão e não participavam da política do país, controlada pela nobreza. Esta elegia o rei e tinham uma dieta nacional (RIGSDAG) e um conselho de Estado (RIGSRAAD) para limitar um pouco os poderes desse rei. Com a reforma, o protestantismo foi aceito como doutrina religiosa na Dinamarca, e grande parte das terras da Igreja Católica passaram para os nobres. Eles também tinham isenção de impostos, e para tanto teriam que armar e liderar os seus camponeses em caso de guerra.
O clero protestante não tinha o poder que tinha os eclesiásticos católicos, pois não ficaram com as terras desse último. Um papel secundário para Will Durant coube a esses, cuidando da educação e censura da literatura.
Quanto à população dominada, Durant diz o seguinte: “Os habitantes, em número de um milhão, alimentavam-se sadiamente e bebiam bastante. Um barbeiro cirurgião aconselhou aos fregueses: ‘ faz muito bem às pessoas embebedarem-se sadiamente uma vez por mês, pela excelente razão de que isso liberta as forças, contribui para dormir melhor, facilita a passagem da urina, aumenta a transpiração e estimula o bem-estar geral’.”
Frederico morre em 1588 e seu filho, Cristiano tinha apenas onze anos. Criou-se uma regência de quatro nobres que governara durante oito anos. Depois disso, o agora já coroado Cristiano IV, segundo o Durant, implantou os conselhos dados pelo barbeiro-cirurgião: bebedeiras noturnas eram normais, “profanidade tão grande que poucos súditos o superaram em número de bastardos, tendo assim um problema contabilístico”. Tinha o gosto requintado pelas artes, ciências e latim, com uma fé religiosa simples, sem se deter em discussões doutrinárias.
Ambicionava ser o rei de toda a Escandinávia. Para isso não teve o apoio dos nobres, que consideraram a Suécia inconquistável. Mesmo sem o apoio da nobreza, contratou mercenários na Guerra de Kalmar (1611-1613) contra os suecos, mas viu-se aliado aos mesmos contra a casa dos Habsburgos na Guerra dos Trinta Anos. Ao sair da guerra, voltou a entrar em conflito com a Suécia – esta mais forte militar e economicamente – perdendo os territórios que tinha conquistado antes do início da guerra e o controle das taxas de tributos comerciais na navegação região. Morreu em 1648 com o reino menor do que quando assumiu.

- Suécia
O fundador da Suécia moderna foi Gustavo Vasa, separando o país da Dinamarca. Ele uniu o estado sob seu governo hereditário, enquanto vários de seus vizinhos eram descentralizados. A classe rural era livre e tinham seus representantes numa Dieta Nacional (Riksdag), semelhante à Dinamarquesa, e juntamente com os representantes do clero, das cidades e da nobreza. A economia era limitada pelo inverno rigoroso, pela população baixa e pelo controle conquistado pelos dinamarqueses de algumas regiões estratégicas que só depois da Guerra dos Trinta Anos foram reconquistadas.
No país travou-se um disputado conflito após a sucessão. Eric XIV assumiu, mas queria se impor como autoridade máxima e para tanto chegou a matar cinco representantes da Dieta, alguns da nobreza. Ele mais uma vez entrou em conflito com a Dinamarca, na Guerra dos Sete Anos do Norte. Prendeu seu irmão João, pela seguinte situação: o seu irmão estava de casamento marcado com Catarina, princesa polonesa, tornando-se assim o futuro rei da Polônia. Apesar das ameaças, João se casou assim mesmo, mas acabou sendo preso juntamente com sua mulher na fortaleza de Grispshol.
Durant fala que os irmãos de Eric o fizeram renunciar, e após algum tempo na prisão foi condenado a morte pelo Riksdag, decisão que se tornou fato com o aval do seu irmão, o novo rei da Suécia, agora João III. Com ele no governo, em dois anos fez findar os conflitos com a Dinamarca. Mas sua esposa era católica e o influenciou a também se tornar um. Ele liberou a entrada de padres Jesuítas e coube a Antonio Possevino tentar a conversão do rei. O padre indagava o rei acerca do perdão para o seu maior tormento: a culpa pela aprovação da morte do irmão. Segundo Possevino, apenas a absolvição da Igreja tradicional poderia livrá-lo do castigo eterno do fratricídio. Diante dessa pressão, João III cedeu e realizou os sacramentos católicos e prometeu até mais, que faria da Suécia um país católico, com algumas condições. Eram elas: permissão papal para o casamento dos sacerdotes, a missa ser feita na língua sueca e a Eucaristia ser celebrada apenas com pão e vinho. Possevino levou o caso ao papa que rejeitou, os jesuítas se recusaram a ministrar a missa sem ser em latim e deixaram a região. Depois da morte de Catarina, João III se casou com uma protestante que o fez voltar ao luteranismo.
Outra situação antes da guerra iria ainda pôr o catolicismo na Suécia como opção. O filho católico do rei sueco assumiu o trono polonês como Sigismundo III, e acordaram ambos no tratado de Kalmar que após a morte do pai, o filho governaria os dois reinos. Seriam respeitadas também a política e a religião da Suécia. Após a morte de João III em 1592, o Riksdag se reuniu e definiu o luteranismo como religião oficial da Igreja e do Estado. A partir daí, somente luteranos ortodoxos poderiam ocupara cargos eclesiásticos ou políticos, o que tornou implicito que Sigismundo para reinar teria que aceitar o protestantismo.
O duque Carlos, irmão e principal líder da reunião do Riksdag, seria o regente na ausência do rei. Era intuito levar a Suécia para o lado da contra-reforma, e para tanto o rei polaco passou cinco meses tentando um entendimento, mas como a situação continuava inflexível, ele cedeu a garantia exigida e um bispo luterano o coroou em 1594. Depois disso ele acusou de ter sofrido coerção dos suecos, para nomear representantes católicos para a proteção dos católicos no país.
A reação foi imediata: o duque Carlos e o Arcebispo Angermannus puseram em prática o que estava escrito no acordo. Este último cuidou para que todos os que não fossem protestantes recebessem castigos com varas, fechando os mosteiros que ainda existiam. O que se seguiu foi uma série de batalhas entre os dois países até que em 1599 a Dieta sueca depôs definitivamente Sigismundo III e adotou o regente duque Carlos como rei. Foi aprovado em 1604 o ato de sucessão, que estaria vinculado ao trono a hereditariedade da família Vasa, desde que o governador fosse luterano. Além disso, proibia que qualquer outra pessoa que não aceitasse o luteranismo de morar ou ter propriedades no país. Essas exigências fizeram de Gustavo Adolfo, o comandante que foi um dos grandes nomes da Guerra dos Trinta Anos, o sucessor natural do trono da Suécia.

· As Questões Religiosas

Stephen J. Lee, no capítulo 4 do seu livro, “A Guerra dos Trinta Anos”, busca identificar partindo do estudo dos quatro principais tratados do período das Guerras Religiosas européias, as alterações no que tocam a liberdade de culto, reconhecimento do Calvinismo enquanto doutrina ou seita e a posse das propriedades eclesiásticas. Os quatro documentos em ordem cronológica, são: A Paz Religiosa de Augsburgo (1555), o Edito de Restituição (1629), A Paz de Praga (1635) e A Paz de Vestfália (1648).
O mais complexo dos temas observados pelo autor diz respeito ao problema de posse das terras eclesiásticas, e nos quatro acordos, teve as menores continuidades. Augsburgo identificava dois tipos de terras da igreja; propriedades secularizadas à época do tratado de Passau (1552) e dos estados católicos imperiais.
As propriedades secularizadas poderiam continuar na posse de seus donos, porém qualquer abade ou bispo católico que se convertessem ao luteranismo depois do tratado deveria ceder suas terras e rendas a um sucessor católico, abdicando assim de seu governo. Já os estados, muito maiores, deveriam sempre ser governados por bispos ou arcebispos-príncipes – três destes entre os sete eleitores imperiais. – sempre sob domínio católico, evidenciando que mesmo com o reconhecimento do luteranismo, o cristianismo ainda se mantinha em aliança com o sacro império romano.
Os dois modelos de propriedade foram amplamente afetados, com os luteranos se manifestando e agindo contra as restrições sofridas. A resposta foi o Edito de Restituição, editado depois das vitórias do império frente aos revoltosos da Boêmia e do Palatinado, anunciando o envio de comissários imperiais para reclamar de volta todos os territórios da igreja e colocá-las sob o cuidado de “pessoas devidamente qualificadas” – notadamente não eram os luteranos.
Representando a recuperação dos estado protestante estão os tratados seguintes, já na fase do período de entrada de Suécia e França na guerra dos trinta anos, o de Praga determina o retorno da posse das terras aos seus proprietários em 1627 e a Paz de Vestfália recuando a data base para 1624.
A “Fé de Genebra” (calvinismo), apesar de sua expansão não foi reconhecida nos três primeiros acordos. Na Paz de Augsburgo é nítida a rejeição a qualquer doutrina ou seita não incluída no tratado. Apenas na Paz de Vestfália tal falha foi reparada, como visto no artigo sétimo:

“Com o unânime consentimento de sua majestade imperial e de todos os estados do império, fica acertado que todos os direitos e benefícios conferidos a todos os estados e súditos (...) devem aplicar-se também aos chamados reformadores.”

Em outro ponto interessante da discussão do autor, ele aponta os conflitos quanto ao direito dos governantes e dos súditos na liberdade de manifestação de sua religião. Os três primeiros documentos mantiveram uma posição na qual o governante seria o responsável pela escolha da religião aceita dentro dos seus limites de poder, a “antiga religião” ou a “fé de Augsburgo”; posição resumida na frase cujus regio, ejus religio (o governante decide a religião). Tal tratamento veio aliado a duas restrições de poder, que impediam o governante de influenciar as regiões vizinhas a acompanhá-lo e a liberdade de migração para os de crença oposta a oficial.
A Paz de Vestfália manteve o princípio cujus regio, ejus religio, porém com um diferente sentido: agora não mais interferindo na fé dos súditos e impondo oficialmente uma crença, mas regulamentando as manifestações religiosas na sociedade. Com isso a prática privada passa a ser permitida a cada súdito, sendo restrita pelo governante apenas a pública.

· Desenvolvimentos militares

Torna-se bastante viável e previsível a suposição que um conflito que duraria de 1618 a 1648 e atingiria grandes nações da Europa, seria detentor de inúmeras inovações na teoria e prática da máquina de guerra. No entanto existem controvérsias que atestam tais inovações integradas a um longo período de mudanças, e não a uma “revolução na técnica bélica” situada exclusivamente no período da guerra dos trinta anos.
Durante o século XVI, as forças de exército organizaram-se no campo de batalha em três ou quatro esquadrões ou batalhões onde os lanceiros apresentavam-se como principal força. Esses batalhões caracterizavam-se em sua formação física com profundidade equivalente a duas vezes sua largura onde em seus espaços de separação eram localizados unidades menores de mosqueteiros.
Em 1525, sob intervenção de um alemão, inventou-se o arcabuz de roda, caracterizado pela utilização de uma roda canelada, que sob ação de uma mola arrancava faíscas da pederneira, inflamando a pólvora e possibilitando o tiro pelas mãos de cavaleiros que assim poderiam dispor de mais liberdade e da aplicação de apenas uma mão.Sob o uso dessa pistola a principal função dos cavaleiros seria avançar em direção às linhas inimigas, disparar sua salva de tiros e retornar para a formação da tropa. Esse movimento seria denominado “caracol”.
O grande problema enfrentado por esse sistema seria o movimento desajustado da tropa no campo de batalha, principalmente pelo fato de somente as primeiras filas de infantaria atingir o inimigo, de imediato, enquanto os demais esperavam, até que os indivíduos em batalha se dispersassem ou fossem mortos, para assumirem o fronte de batalha.
A partir da segunda metade do século XVI, sob influência da escola holandesa e do general Maurício de Nassau, implantaram-se várias mudanças nas táticas da época. Os batalhões em forma de retângulo foram substituídos por longas fileiras. A infantaria apresentava-se em dez fileiras enquanto a cavalaria em cinco. Nos flancos organizavam-se mosqueteiros, cavalaria e artilharia.
Os avanços táticos alcançados por Nassau foram adaptados e largamente ampliados pelo rei sueco Gustavo Adolfo (1611- 1632). Gustavo detentor de nome sugestivo, que em sueco significa bastão de combate, foi uma das grandes figuras da guerra dos trinta anos e da história da Suécia. Detentor de habilidade sobre negócios públicos, arte de guerra e tendo o domínio sobre oito línguas, além do sueco, governou uma província aos quinze anos enquanto que aos dezesseis já participava de batalhas.
Devido à redução das fileiras que eram o padrão na escola holandesa, de dez para seis ou até três, Gustavo conseguiu maior flexibilidade e conseqüentemente maior envolvimento da tropa na batalha.
Com o uso de inovações tecnológicas como a lança curta que possibilitaria tanto o ataque como a defesa e o mosquete, mais leve, que facilitaria a agilidade no momento do carregamento e a dispensa de forquilha de apoio, encontrou-se maior desenvoltura no momento dos ataques.
Agora a cavalaria não mais efetuará o “caracol”, avançará sobre o inimigo de posse de sabres, trazendo assim o importante papel de agilidade e de destreza do uso do cavalo.
A artilharia que antes era usada de pontos fixos e na maioria das vezes não conseguia grandes resultados, agora adquiriria uma propriedade mais leve, podendo assim se movimentar durante a batalha com o intuito de atingir os pontos mais vulneráveis do inimigo. Era ordenado que tanto os disparos dos mosquetes como os da artilharia fossem concentrados na infantaria inimiga, já que se representavam como o grosso da tropa e a maior força de cada exército.
Nesse intuito as brechas que surgirão nas linhas inimigas serão alargadas pela cavalaria e infantaria.
Característica importante dos exércitos foi o crescimento das tropas nacionais visto que já se utilizava o recrutamento em meio ao serviço militar obrigatório. No entanto ainda dependia-se muito dos soldados mercenários que em muitos casos assumiam essa posição com o intuito de escapar da vida rural e sobretudo com perspectivas de saques e grandes aventuras.
Porém a utilização de mercenários trouxe um problema muito sério que seria a insubordinação por estes. Pode-se verificar frequentemente o uso de motins, principalmente devido ao não pagamento dos soldos.
Quem pagou bastante caro foi à população alemã que teve grande parte de suas vilas, vilarejos e cidades destruídas e saqueadas. Às vezes os próprios comandantes estimulavam os saques visto que o esforço de guerra era enorme e demasiadamente caro. Até mesmo Gustavo Adolfo transferiu regularmente bens alemães para Estocolmo e Uppsala.

· O impacto da guerra na sociedade e na economia alemã
Torna-se evidente que os grandes efeitos da guerra desabariam sobre a população alemã, que em seu quintal acompanhou um embate que durarou trinta anos. Historiadores do século XX, como D. Ogg chegam a declarar que em nenhuma outra circunstancia da guerra moderna a população sofreu tanto.
A perda populacional salienta esse impacto onde se tem alta mortandade em batalhas e em campanhas prolongadas, sobretudo pela introdução de inovações tecnológicas como o aprimoramento da artilharia que seria responsável por grandes estragos e grande número de baixas.
Os civis estavam em contato direto com ambos os lados e sofriam não só pelas destruições de guerra, mas também pelo confisco de gado, colheita, entre outros. Era comum a situação de fome e a disseminação de doenças trazidas pelas tropas.
As cidades que foram atingidas por poucos ou nenhum combate apresentaram-se sob grande massa demográfica. As regiões que mais sofreram foram o Palatinado, a Boêmia, Poremânia e partes de Renânia, do Brandemburgo, da Silésia e da Baviera.
Existem indícios que atestam que antes mesmo da guerra o império já enfrentava mudanças políticas e comerciais. Aliada a essas mudanças apresenta-se a ascensão econômica de outras nações como, por exemplo, a Suécia no Báltico e as potências Inglaterra, França e Holanda no ocidente.
No entanto com a guerra inseriu-se um vácuo mercantil na Europa Central de modo que as rotas periféricas puderam experimentar certo desenvolvimento e autonomia.
Culturalmente a guerra dos trinta anos conseguiu aniquilar porção significativa da produção de obras de arte na Alemanha, principalmente as literárias. Destacaram-se com maior eloqüência poetas como: Dach, Gerhardt, Von Logau e Silesius. O barroco viria a ocupar seu lugar de importância em meados do século XX, abrindo assim a chance desses autores exaltados e tidos como exemplos da existência da cultura na Alemanha. Outro representante ferrenho do desenvolvimento cultural nessa nação situa-se na figura de Kepler que já se destacava na Astronomia.

· Paz de Vestfália

Primeira tentativa de um acorda para a paz foi iniciativa do papa Urbano VIII, procurando reunir França e os Habsburgueses. No entanto, faltava a presença protestante para atender a todos os lados envolvidos no conflito. Fernando III assumiu a iniciativa mais tarde, estabelecendo contatos com a Dinamarca, a Suécia, Inglaterra, França e Espanha em 1640. Houve mais de 150 sessões no decurso de 18 meses, porém nenhuma deu certo. Em 1644 os esforços para a paz foram retomados nas cidades de Münster e Osnabrïck.
Demorou muito para conseguir esse acerto por vários motivos. Um deles foi o procedimento diplomático adotado, já que as duas sedes de negociação ficavam numa distância de 40 quilômetros e com isso entravava as conversas entre os representantes. Países podiam ter mais de um diplomata, e recebiam ordens que eram alteradas com muita freqüência. Outro aspecto foi pela própria quantidade de fatores que influenciava esse tratado de paz, a Religião, a constituição e as questões territoriais.
Algum lado queria acelerar os acertos, enquanto o outro rival fortalecia a sua posição se preparando para um possível novo conflito. Em algum tempo esse papéis se invertiam. Lee coloca que a Paz de Vestfália ocorreu nessa medida: a Áustria numa derrota que a abalou, a Espanha e a Holanda assinaram uma inesperada paz bilateral, a Suécia economicamente exausta e por fim a França, que enfrentava uma crise política.
Para o império Habsburgues, não houve uma drástica mudança, já que os quase 350 territórios que se uniam debaixo do trono do rei continuaram nessa situação. O que ocorreu foi uma aceleração ao que já estava acontecendo: pouco a pouco os estados iam se fortalecendo e ganhando autonomia perante a autoridade central. Um artigo do Tratado de Münster conferiu aos príncipes a possibilidade de assinar tratados, desde que não fossem a aliança contra o imperador. Além disso, a este último era necessário convocar os príncipes para assinar tratados em nome do Império, recrutar tropas ou criar imposto.
Em Vestfália, uma série de concessões para vencedores foi imposta aos perdedores. A Áustria cedeu parte dessas terras requeridas, embora graças a uma manobra política do seu representante – Truttmansdorff – a maioria dessas terras não eram efetivamente controladas pelo país. A Suécia recebeu 5 milhões de Reichstaler de indenização mais o controle de diversas regiões, o que ocorreu similarmente com a França. Espanha e Holanda fizeram um acordo em separado, o que limitou a participação espanhola no acordo geral. Assim, o acordo de 1648 não incluiu a terminou o conflito entre os espanhóis e os franceses no Franco-condado e nos países baixos meridionais, que só terminou em 1659 com o Tratado dos Pirineus. Para a Espanha e Áustria ainda resultou no fim da ligação dos dois reinos sob o governo da família dos Habsburgo.
Essa reunião em prol da realização dos acordos não foi no intuito de por fim a guerra para nunca mais acontecer outra. Ocorreu uma reorganização política na Europa, mas através das exigências impostas seria bem provável que outras guerras voltassem a acontecer, principalmente o sentimento de reconquistar o que perderam os derrotados. Acrescenta-se ainda que após 1648 os motivos para haver guerra saem um pouco do lado da religião e passam a ser outras as ideologias para os conflitos, como pela sucessão dinástica ou mesmo por expansão de território. Não eliminou as guerras, porém estabeleceu limites.

· Anexos:
1. Principais personagens da Guerra:
Frederico V, Eleitor Palatino
Frederick V (16/08/1596-29/11/1632) era Eleitor Palatino (16101623), e, como Frederico , Rei da Boêmia (16191620, por seu curto reinado na Boêmia foi apelidado de Rei de Inverno.Frederico V era filho e herdeiro de Frederico IV e de Louise Juliana von Orange-Nassau, filha de Guilherme I de Orange e Charlotte de Bourbon-Monpensier.
Nascido em um Jagdschloss (castelo de caça) de Deinschwang, próximo a Amberg, no Alto Palatinado, Frederico V sucedeu seu pai como Príncipe-Eleitor do Palatinado do Reno no Sacro Império Romano em 1610. Em 1619, os estados protestantes da Boêmia se rebelaram contra Fermando II, o católico Imperador do Sacro Império Romano, e ofereceram a coroa da Boêmia a Frederico V, por ele ser um membro influente da União Protestante, uma organização fundada por seu pai para a proteção do Protestantismo no império.
Frederico logo aceitou a coroa, mas seus aliados da União Protestante fracassaram em ajudá-lo militarmente. Seu breve reinado como Rei da Boêmia terminou com sua derrota na Batalha da Montanha Branca em 8 de novembro de 1620, um ano e quadro dias após sua coroação. Isto lhe rendeu o apelido de o Rei de Inverno. Após esta batalha, as forças imperiais invadiram as terras do Palatinado de Frederico e ele teve que se refugiar na Holanda. Uma ordem imperial formalmente o retirou do Palatinado em 1623. Ele viveu o restante de sua vida em exílio com sua esposa e família, a maior parte do tempo em Haia, antes de sua morte em Mainz em 1632.
Frederico V casou-se com Elizabete Stuart, filha de Jaime I da Inglaterra e Ana da Dinamarca na capela real do Palácio de Whitehall em 4 de fevereiro de 1613 e tiveram os seguintes filhos:
Frederick Henry (16141629)—(afogado)
Carlos I Luis, Eleitor Palatino (16171680)
Elisabete da Boêmia, Princesa Palatina (16181680)
Príncipe Rupert do Reno (16191682) grande reputação na Guerra Civil Inglesa
Príncipe Maurice von Simmern (16201652) também serviu da Guerra Civil Inglesa.
Louise Hollandine (16221709)
Louis (16241625)
Edward, Conde Palatino de Simmern (16251663)
Henrietta Maria (16261651)
John Philip Frederick (16271650)
Charlotte (16281631)
Sofia, Eleitora de Hanover (16301714) herdeira da Inglaterra pelo Act of Settlement de 1701
Gustav Adolf (16321641)
Fernando II da Germânia
Fernando II, Imperador do Sacro Império Romano (9 de Julho de 1578 - morrendo em Viena em 15 de Fevereiro de 1637). Pertencia à Casa dos Habsburgos e reinou de 1619-1637.
Fernando II nasceu em Graz, sexto filho de Carlos II, Arquiduque da Áustria, (1540-1590) e Maria Ana da Baviera (1551-1608). Em 1615 foi escolhido como sucessor do Imperador Maria (que morreria em 1619) no reino eletivo da Hungria e Boêmia e como Imperador, tendo os arquiduqes mais velhos renunciado a seus direito, e depois de ter ele comprado os direitos de Filipe III prometendo-lhes a Alsácia. Os protestantes checos, entretanto, elegeram Frederico V, o eleitor palatino do Reno, e essa luta entre os rivais, iniciou a Guerra dos 30 Anos.
Frederico teve educação rígida pelos jesuítas da Universidade de Ingolstadt. Católico fervoroso, seu reconhecimento como Rei da Boêmia e a supressão do Protestantismo foram responsáveis pelos primeiros conflitos da Guerra dos 30 anos. Considerado o príncipe-modelo da Contra-Reforma.
Apoiado pelo exército da Santa Liga Católica e campeão da Contra-Reforma em seus Estados, cujos nacionais tiveram que escolher entre a conversão e o exílio, e posteriormente no Império, onde quis restabelecer a autoridade imperial derrotando o protestantismo e restabelecendo a unidade religiosa.
Fernando foi derrotado em Praga (Defenestração de Praga) e o Eleitor Palatino Frederico V, chefe da União evangélica, foi eleito em seu lugar rei da Boêmia em agosto 1619. Os checos, esmagados na Montanha Branca, perderam suas liberdades e sofreram repressão severa. Em 8 de novembro de 1620 um exército de mercenários venceu os protestantes da Boêmia, revoltados contra o Imperador, que atentava a sua liberdade de consciência. Era chefe dos exércitos imperiais um conde wallon (belga, da região que ali falava francês), Jean de Tilly, que liquidou os adversários em apenas duas horas numa colina nos arredores de Praga, chamada Montanha Branca ou, em checo, Hila Bora. Após a batalha o Imperador exerceu feroz represália contra os súditos protestantes na Boêmia. Em 21 de junho de 1621, dezenas de insurgentes foram decapitados em Praga. Expulsa, a nobreza checa é substituída por pequenos aristocratas católicos de sangue alemão. A Universidade é entregue aos jesuítas e a germanófilos. Uma nova Constituição liga a Boêmia aos demais Estados hereditários da família Habsburgo.
É o final da autonomia do reino, de população majoritariamente eslava, encravado no coração do império germânico, onde teve sempre papel cultural e político importante. Mas é também o início de uma Guerra entre protestantes e católicos que se espalhará pelo norte da Alemanha e durará três dezenas de anos: a Guerra dos Trinta Anos. O resultado será a diminuição da população da Alemanha reduzida à metade e a ruína por dois séculos do poder político da Alemanha.
As tropas do Duque da Baviera, católico, ocuparam o Alto Palatinado de 1621-3. Fernando III atribuiu o eleitorado do Palatinado ao Duque da Baviera em 1623 e triunfou da Dinamarca (com seu general Wallenstein) de 1625 a 1629. A conselho de Wallenstein, tentou impor o Edito da Restituição, eleger seu filho como rei dos romanos. Fracassou, dada a resistência dos príncipes alemães (católicos e protestantes) apoiados por Richelieu.
A intervenção sueca, a diplomacia de Richelieu, a entrada da França e da Espanha na guerra, em 1635, transformaram a luta em conflito internacional. Fernando não pode terminar vitorioso e morreu sem ver o fim do conflito.

Cristiano IV da Dinamarca
Cristiano IV (12 de abril de 1577 - 28 de fevereiro de 1648), rei da Dinamarca e da Noruega, filho de Frederico II da Dinamarca e Noruega e Sofia de Mecklenburgo, nasceu no Castelo de Frederiksborg em 1577 e ascendeu ao trono com a morte de seu pai (4 de abril de 1588). É considerado um dos maiores reis da Dinamarca, por ter iniciado diversos projetos e reformas.

2. Mapa da Guerra dos Trinta anos



3. imagens de acontecimentos importantes

O Assassinato de Wallenstein.


Celebração da Paz de Münster.





A Batalha da Montanha Branca numa litografia da época.


Maximiliano I, duque da Baviera e sua segunda esposa Marie-Anne da Áustria
· Conclusão
Por isso tudo que foi visto,conclui-se que a Guerra dos Trinta anos foi além de uma guerra por religião. Ela,que envolveu vários países europeus,também foi política.
Depois dela,o continente europeu nao foi mais o mesmo. Além das consequências imediatas,como problemas demográficos e socias, o conflito gerou mudanças estruturais as quais influeciaram os séculos seguintes. Depois da Guerra dos Trinta Anos, pode-se dizer que “a Europa nunca mais foi a mesma.”
· Bibliografia


-Lee J.,Stephen : A Guerra dos Trinta Anos-1991,Ed.Àtica,São Paulo.

-MOUSNIER, Roland.. Os seculos XVI e XVII: os progressos da civilização europeia 2. ed. -. Sao Paulo: Difusão Européia do Livro, 1960.. 1v. em 2 ((Historia geral das civilizacoes ; t.4 v.1).)

-CORVISIER, Andre. Historia moderna. 4.ed. -. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.

- DURANT, Will. História da Civilização: Começa a Idade da Razão, 7ª parte tomo 3º. Cia. Editora Nacional; São Paulo, 1964.


[1] “A Guerra dos Trinta anos.” Lee,J. Stephen. Editora Ática – São Paulo,1991.pp .6

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