quinta-feira, março 29, 2007

as leis dos pobres e as bolsas

Escutava, poucas horas antes, um debate, em uma das emissoras da cidade, sobre a propriedade o não de dar esmolas às crianças nas ruas. É evidente que o ato de fazer doação em dinheiro ou objetos sem qualquer retribuição, me troca de nenhum trabalho, "vicia o cidadão", como diz certo poema de José Dantas. Neste debate estava uma representante de uma organização não governamental que dizia ser necessário que a sociedade civil esteja atenta não criar dependentes de esmolas. Isso tudo por conta do grande número de crianças e adolescentes que tiram sua sobrevivência nos semáforos das principais avenidas do Recife.
TGer gente sem ter o que comer e once morar é próprio das sociedades que não conseguem garantir emprego e salário justo para seus membros. Enquanto, nessa sociedade moderna, não houver medidas que garantam emprego para os adultos, esses adultos estarão prontos a gerar, comoo geram, menores que serão tão abandonados quanto eles. Organizações que sugerem que não se dê esmola aos menores e indicam algumas organizações para receber a esmola, pois essas organizações cuidarão dos menores, esquecem de dizer que grande parte do elas recebem para os pobres, ficam nos intermediários. Melhor que dá esmola - seja na rua, seja nas prefeituras - seria desenvover políticas de emprego e de salários que garantissem aos pais das crianças, a dignidade de enviá-las às escolas com seu lanche. Estado que não desenvolve ou garante uma política de salário justo, é estado que se torna, cedo ou tarde , gigolô da miséria do povo. Povo miserável rescebe esmola e vota em quem lhes dá a bolsa. A bolsa - escola, alimentação ou família - é formada com as sobras que caem dos bolsos dos gigolôs da pobreza e do trabalho dos pobres. Isso desde muito tempo.

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