segunda-feira, janeiro 22, 2007

um encontro comigo

Vez por outra a gente fica com um pouco de preguiça e não cumpre a promessa de escrever a cada dois dias nesse espaço. Por outro lado, algumas vezes a gente deixa de escrever porque os temas podem parecer recorrentes e algumas pessoas podem entender que a gente está fazendo uma oposição sistemática aos governantes. Para evitar esses contratempos um silêncio é criado. Nesse período de silêncio eu fui concluir um curso sobre o Brasil República, na Faculdade de Formação de Professores de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. Então resolvi ir completar a semana, no seu final, indo até à praia de Ponta de Pedras, um dos distritos do município.
Foi uma noite interesante. Participei de uma tradicional festa de rua, promovida por ocasião da festa do padroeiro, Santo Amaro. Como se voltasse ao tempo de eu menino, de pré adolescente, com botes, carrocéis, a transformação de uma bela mulher em uma gorila, jogos, tiro ao alvo, roletas e muita gente andando na rua. Na frente da Matriz, após a missa um bingo para angariar fundos para as obras da paróquia. Não havia Roda Gigante.
Mais tarde, na orla Marítima, duas festas simultaneamente, ambas patrocinadas pela prefeitura. Para os jovens, um banda, um trio elétrico, com seus decibéis e música axé e outras do gênero - que atraiu muita gente, desde a Ponta de Catuama até Ponta de Pedras. Um mar de jovens, com suas roupas coloridas, seus corpos bonitos e muita bebida. Do outro lado, ocorreu o evento dedicado aos mais velhos, uma banda da própria cidade - Anos Sessenta - tocou desde as 23 horas para o público da meia idade para a boa idade, tocando clássicos para aqueles que eram adolescentes nos anos cinquenta, jovens nos sessenta e maduros desde os oitenta. Depois veio o cantor Augusto César, com suas músicas românticas, brega, e que manteve o interesse do público até às duas da madrugada. as canções do amor sofrido embalou muitos casais que não deixaram o cantor cantar sozinho. Depois voltou a banda e a noite terminou com uma ciranda. Alguns estudiosos dizem que a ciranda, essa dança coletiva nascida da criatividade popular, teria surgido nas prais de Goiana.
Foi muito interessante acompanhar a vivência da diversidade cultural, a convivência de ritmos e estilos quase no mesmo espaço geográfico. Podia-se ver a multiculturalidade sendo criada, recriada no próprio momento de sua ocorrência. A manhã do domingo foi nas águas mornas, serenas e rasas do mar de Ponta de Pedras.
Foi um final e início de semana no qual me detive a assumir a minha parte de povo brasileiro, de ser quem eu sou; afastei-me um pouco dessa faina de pretender ser um estudioso do que faz o povo, do que fazem com o povo os que deviam cuidar um pouco melhor desse povo.

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