segunda-feira, janeiro 29, 2007

Nós somos misturados e não bicromáticos

Desde que deram início à discussão sobre políticas de cotas, e desde que decidiram a reconstruir o conceito de RAÇA, tão caro á ciência do século XIX e aos nazistas do século XX, que me posicionei contra o que entendo ser um atraso nas relações humanas, especialmente nesta terra, nesta sociedade brasileira, pois a adesão á política de cotas é a tentativa de destruir algo de extremamente novo e benéfico para a humanidade, criado pelo povo brasileiro. Em agosto de 2002, na Faculdade de Formação de Salgueiro, discutimos defendíamos a criação de políticas sociais abrangentes e que não nos tornassem um país racista; Em dezembro de 2004, publiquei na Estado de São Paulo artigo sob o título cotas para os brasileiros. É por essa razão que fiquei feliz em ler a sexta reimpressão do livro de Ali Kamel, publicado em abril de 2006, intitulado NÃO SOMOS RACISTAS: uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor, publicado pela Editora Nova Fronteira.
São muitos e profundos os caminhos percorrido por Ali Kamel, um sociólogo que se tornou jornalista, mas não esqueceu que as tabelas estatísticas por si só não dizem nada. O intérprete das cifras, aquele que decide como colocar os números e elaborar as tabelas, é que cria o fato, no caso, o racismo. Embora não faça isso por modismo, como muitos, Kamel desconstrói uma certa tradição socológica que nos quer fazer racistas, em mais uma imitação dos EUA. É o caítulo A gênese contemporânea da nação bicolor. Racistas querem nos tornar racistas, assim como certo sociólogo nos quis enganar quando pediu que esquecéssmos o que ele escrevera. Ele jamais esqueceu o o que escreveu, mas criou meios, quando presidente da república, para implementar as suas idéias. Um dos caminhos apontados por Ali Kamel é que o MNU segue os passos de Fernando Henrique Cardoso, com o mesmo entusiasmo que faz o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Belo texto é o caítulo onde chama atenção que "sumiram com os pardos" . Eles somem duas vezes: uma vez para dizer eles são negros e justificar as cotas e, depois somem para não receberem as cotas por não serem negros. é um jogo interesante, mas ruim para o Brasil.

Cada um dos treze capítulos é digno de ser debatido. Os dois últimos são imperdíveis, os que apontam a educação como saída para o falso dilema posto pelos racistas de plantão, ainda que bem intecionados. A educação é a saída. Não a edução que se encontra em discursos ocos, como esse que define aplicar R$8 bilhões em educação e R$19 bilçhões em programas assistenciais.
é necessário que este livro de Ali Kamel seja lido atentamente por todos, para que seja possível abastecer-se de dados, argumentos com o objetivo de entender e salvar a sociedade barsileira, para evitar que ela seja transformada de uma sociedade miscigenada, - onde todas as pessoas vivem com as suas tradições em comum, pois todos temos todas, para uma sociedade multiétnica, onde cada etnia convice com as demais, sem contudo aceitar e viver os influxos mais profundos de cada uma. é necessário que o Brasil continue sendo multicolor, e não o cansativo mundo bicromático das sociedades sul africanas que geraram a bela figura de Mandela.
Quero terminar esse comentário com o último parágrafo desse livro:
Há solução? Há caminho de volta? Eu não tenho dúvidas de há. Este livro é fruto dessa certeza. Basta que, como eu, manifestem-se todos aqueles que ainda pensam que uma nação misturada, miscigenada, colorida, sem espaço para diferenciações de "raça" é ainda muito superior a uma nação multiétinica, mas que vive de nariz tampado.

sábado, janeiro 27, 2007

amizade

Na Chã de Camará, local do Ponto de Cultura Maracatu Estrela de Ouro, nesta manhã está havendo um enocntro interessante. Os jovens universitários que durante uma parte do ano fizeram um trabalho coletivo e voluntário, resolveram vir apenas para matar a saudade e comemorar o aniversário de um deles. A relação de amizade que foi criada entre os moradores da Chã e esses jovens tem sido um dos bons frutos que colho por tê-los conhecido. Em sua companhia sinto-me como nos tempos em que participei em grupos de jovens. às vezes sinto que eles estão precisando, como eu precisei, de algum desafio maior, algo que seja capaz de fazê-los experimentar o enorme potencial de trabalho e esperança que não está conseguindo desabrochar, um pouco impedido pelo desencanto dos mais velhos, como eu. Gostaria de viver mais intesamente com eles um projeto que os anime e que tamabém me anime. Não um grande projeto, mas um projeto que se entenda como parte de uma existência a ser consumida na amizade e no desejo de melhorar o mundo.
A tranquilidade que eles procuram é a tranquilidade que eles geram, nessa amizade com a comunidade.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Gato escaldado

O debate do momento é o PAC - Plano de Aceleração do Crescimento - que o atual governo está discutindo após de tentar impô-lo à sociedade. É evidente que muitos setores estão receosos com o que vem embutido nesse plano. Como dizem, que sofreu um banho de água muito quente fica temoroso com qualquer tipo de água.
Poucos se lembram, mas parte da dívida do INSS - 42 bilhões - está ligada a um empréstimo que o governo Médici fez para construir a ponte que liga o Rio de Janeiro a Niteroi. Depois o governo devolveria o dinheiro. O empréstimo jamais foi pago e os trabalhadores que ja foram aposentados são acusado pelo déficitda Previdência. Por isso a gente fica preocupado com o governo atual dizendo que vai tomar emprestado 10% do FGTS para fazer o cresccimento acelerar e que, depois, podem esperar, será devolvido.
Quando Collor foi eleito, uma das razões foi ter elle acusado Lula de estar pensando em congelar a poupança do povo. O povo votou contra Lula - o medo faz coisas - e Collor de Mello congelou a poupança de todos. Na mais recente campanha presidencial, Lula acusava Alkimim de estar pensando em privatizar o Banco do Brasil, a Petrobrás, a Caixa econômica Federal, etc. O medo de perder esses patrimônios, como já se perdera a Vale do Rio Doce, dada de presente por FHC aos ricos sehores que o apoivam, fez quase setenta em cem eleitores brasileiros votarem em Lula. Agora o PAC propõe que se venda a particulares ações do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobrás para financiar a aceleração do crescimento. Vão vender até cerca de 45% dessas instituições. Serão "quase" privadas e "quase" estatais.
Para acelerar o crescimento do Brasil não está sendo utilizada uma das maiores cargas tributárias do mundo- pagamos muito imposto e recebemos pouco serviço; assim como não estão sendo usada para consertar as estradas os tributos específicos que pagamos para isso. Pensa-se em tomar dinheiro emprestado dos trabalhadores para emprestar aos ricos. E nem se pensa em taxar as grandes fortunas.
Nós é que somos afortunados por termos um ex-torneiro mecânico cuidando, com Garantia tão boa do FUNDO dos trabalhadores pelo seu Tempo de Serviço.
É PAC, É PEDRA, É O FIM DO CAMINHO.....

terça-feira, janeiro 23, 2007

Continuando a vida

Este será um breve comentário. é que nesta manhã fui conhecer o meu primeiro neto, Rafael Aimberê. Como o nome já indica é filho de meu primogênito, Ângelo Aimberê.
Ele nasceu logo cedo, às 6:30 horas, com o 3.78o gramas e 51 centímetros. O parto foi cesariana, pois Rafael estava enlaçado em seu cordão umbelical, repetindo o nascimento do seu pai. Os avanços da ciência permitem uma tranquilidade cada vez maior no momento de nascer. Entretanto, apesar desses avanços tecnológicos, a vida é sempre uma surpresa e nos deixa ansiosos quando ela irrompe.
Na sala de espera, de olhos pregados no aparelho de TV que nos motraria os primeiros momentos de André, estavam também a Família de Cândida, Bosco, Cecília, os avós emocionados, e Patrícia e André, os tios. Também Jarbas Rafael, namorado de Tâmisa.
Maria Cândida, a mãe de Rafael está bem e reclamando porque Rafael não fica ao seu lado.
Valéria, Tâmisa e Ângelo faziam questão de me informar o tempo todo que agora eu sou avô e creio que vão me chamar de vô, aposentando o título de pai. Todos estamos muito felizes pois assim a vida continua a nos ensinar o caminho que é o da continuidade, com alegrias e dores, uma sempre acompanhando a outra, para nos lembrar de nossa condição humana, ainda que participemos do ato divino da criação.
Rafael nasceu e com ele se mantem a sequência genética e amorosa que nos liga ao início da vida.
Bem vindo Rafel Aimberê dos Santos Vicente.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

o pai dos Irmãos de Emaús

Uma das primeiras notícias que recebi hoje foi a morte do Abbe Piere. Aos noventa e quatro anos de idade, este francês filho de um mercador de seda, abriu mão da riqueza e dedicou sua vida na defesa dos mais pobres, como um monge. No final da década de quarenta do século XX iniciou a sua luta pela habitação popular. Suas idéias influenciaram a muitos homens, religiosos ou não, provocando o debate sobre o direito de moradia decente para cada um dos homens e mulheres que vivem na terra. Suas idéias estão presentes no Brasil, tendo sido Hélder Câmara um dos seus seguidores. Foi sob a influência do pensamento de Abee Pierre que surgiu a idéia de urbanização dos morros do Rio de Janeiro, o que valeu ao padre Hélder, depois bispo, o apelido de Bispo Vermelho, dado por Carlos Lacerda, o porta voz da UDN golpista e dos poderosos que formam a elite brasileira. Também a Operação Esperança, sociedade criada por Dom Hélder quando arcebispo de Olinda e Recife, para atender os desabrigados das enchentes que destruiam os projetos ds que viviam nas margens dos rios e nos altos dos morros, tem suas raízes no pensamento do Abee. A influência desse homem esté presente em muitos projetos sociais nos mais diversos países dos mundo.
Embora pouco conhecido, pois pouco falado pela mídia, este monstro que gosta de realçar o supérfluo, Abee Pierre está presente no Recife na ação dos Irmãos de Emaús, grupo de leigos católicos que cuidam da recoleta de objetos que a classe média já não usa, com o objetivo de endereçá-los, após a sua recuperação física, para os mais pobres da cidade. O nome dessa sociedade que se espalha pelo mundo, vem do desejo da ação anônima, como são anônonimos aqueles discípulos de Jesus que com Ele caminharam sem o saber. Jesus apresentou-se anônimante a dois homens que conversavam sobre o mistério da vida e da morte do Rabi galileu, e depois que esses discípulos compreenderam que aquele que com eles caminhava era o próprio Jesus ressuscitado, sairam para contar a alegria de ver Jesus no estranho. Esses discípulos ninguém sabe os seus nomes. assim como não se sabe quem são os novos discípulos de Emaus.
"Abbe Pierre representou o espírito de rebelião contra a miséria, o sofrimento, a injustiça e a força da solidariedade", disse o presidente Chirac da França. Solidariedade é a palavra que pode resumir a vida de Abee Pierre.

um encontro comigo

Vez por outra a gente fica com um pouco de preguiça e não cumpre a promessa de escrever a cada dois dias nesse espaço. Por outro lado, algumas vezes a gente deixa de escrever porque os temas podem parecer recorrentes e algumas pessoas podem entender que a gente está fazendo uma oposição sistemática aos governantes. Para evitar esses contratempos um silêncio é criado. Nesse período de silêncio eu fui concluir um curso sobre o Brasil República, na Faculdade de Formação de Professores de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. Então resolvi ir completar a semana, no seu final, indo até à praia de Ponta de Pedras, um dos distritos do município.
Foi uma noite interesante. Participei de uma tradicional festa de rua, promovida por ocasião da festa do padroeiro, Santo Amaro. Como se voltasse ao tempo de eu menino, de pré adolescente, com botes, carrocéis, a transformação de uma bela mulher em uma gorila, jogos, tiro ao alvo, roletas e muita gente andando na rua. Na frente da Matriz, após a missa um bingo para angariar fundos para as obras da paróquia. Não havia Roda Gigante.
Mais tarde, na orla Marítima, duas festas simultaneamente, ambas patrocinadas pela prefeitura. Para os jovens, um banda, um trio elétrico, com seus decibéis e música axé e outras do gênero - que atraiu muita gente, desde a Ponta de Catuama até Ponta de Pedras. Um mar de jovens, com suas roupas coloridas, seus corpos bonitos e muita bebida. Do outro lado, ocorreu o evento dedicado aos mais velhos, uma banda da própria cidade - Anos Sessenta - tocou desde as 23 horas para o público da meia idade para a boa idade, tocando clássicos para aqueles que eram adolescentes nos anos cinquenta, jovens nos sessenta e maduros desde os oitenta. Depois veio o cantor Augusto César, com suas músicas românticas, brega, e que manteve o interesse do público até às duas da madrugada. as canções do amor sofrido embalou muitos casais que não deixaram o cantor cantar sozinho. Depois voltou a banda e a noite terminou com uma ciranda. Alguns estudiosos dizem que a ciranda, essa dança coletiva nascida da criatividade popular, teria surgido nas prais de Goiana.
Foi muito interessante acompanhar a vivência da diversidade cultural, a convivência de ritmos e estilos quase no mesmo espaço geográfico. Podia-se ver a multiculturalidade sendo criada, recriada no próprio momento de sua ocorrência. A manhã do domingo foi nas águas mornas, serenas e rasas do mar de Ponta de Pedras.
Foi um final e início de semana no qual me detive a assumir a minha parte de povo brasileiro, de ser quem eu sou; afastei-me um pouco dessa faina de pretender ser um estudioso do que faz o povo, do que fazem com o povo os que deviam cuidar um pouco melhor desse povo.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Os Direitos Humanos - nossa luta permanente

Recentemente a Editora Vozes me solicitou a produção de duas resenhas sobre livros que não fazem parte de sua lavra. Um deles é Anais do Seminário Internacional os desafios contemporâneos dos Direitos Humanos. Foi um seminário realizado na Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, sob a coordenação de Ronidalva de Andrade Melo, em fevereiro de 2005. Este é um livro que deve ser lido com muita atenção e devoção, pois lá estão debatidos problemas essenciais de nossa vida social e, sem dúvida, com direcionamentos importantes para a solução desses problemas.
Foram várias as razões que me fizeram feliz ao ler o livro. Uma delas foi reencontrar Ronidalva. Nós nos conhecemos quando ainda estudantes, eu de Teologia e ela de Direito, eu no ITER e ela na Faculdade de Direito da UFPE. Nos encontramos lutando pela sobrevivência e pela liberdade durante a ditadura militar. Éramos, no final dos anos sessenta e início dos setenta, professores do Curso 2001, ela de língua portuguesa e eu de História. Juntamente com Pedro Américo (literatura), Mário Medeiros (OSPB e História), João Alberto (Geografia), José Nivaldo Junior (História) José Welinton (Física), Natanael Sarmento (OSPB) formamos uma das melhores equipes que preparavam alunos para as universidades e, formávamos grupo de debate sobre a realidade que nos formava. Em plena ditadura, esse grupo tinha coragem de assumir posturas críticas em sala de aula, buscando romper os limites da idiotice que se nos queriam impor. Ninguém era herói, mas cada um sabia que cada aula poderia ser uma rota para impedir a formação de um fascista
A aguçada inteligência de Ronidalva em muito auxiliou a minha formação. Mas não nos encontrávamos apenas para o trabalho. No lazer sempre celebrávamos a nossa amizade, com muita cerveja e alegria.
Parabéns Ronidalva pelo seu trabalho, pela continuação na militânica pelo respeito aos homens e mulheres, que somos e contuinuamos a formar.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Reflexões e esperanças

Os primeiros quinze dias deste ano já se passaram. Li nos jornais do dia 13 que já foram mortas 7 mulheres neste ano, no Recife. Coisa séria. Mas vejo que está ocorrendo uma corrente de idéias de pessoas que estão fora da midia sobre os acontecimentos locais e mundiais. Recebi, de Juliana Rocha, cópia de um artigo de Frei Beto sobre A ESQUERDA NO DIVÃ, no qual ele faz anotações aos posicionamentos do presidente Lula, agora dizendo que ser de esquerda depois de velho é doentio. Veja o que diz Frei Beto, antigo assessor especial do presidente: A opção social-democrata do presidente já havia se evidenciado no primeiro mandato, quando abraçou uma política econômica neoliberal, reservando cerca de R$ 10 bilhões/ano ao Bolsa Família e R$ 100 bilhões/ano ao Bolsa Fartura dos credores da dívida pública – o que vem entravando o sonhado e prometido desenvolvimento sustentável. Atribuir razões psicológicas a quem, acima de 60 anos, é de esquerda, significa remeter ao analista eminentes figuras históricas: Fidel, Ho Chi Minh, Niemeyer, Antonio Candido, dom Pedro Casaldáliga, dom Tomás Balduíno, Florestan Fernandes, Apolônio de Carvalho, Mário Pedrosa, Elza Monerat, João Amazonas, Gregório Bezerra etc. É o que Bush e tantos direitistas pensam: só pode ser louco quem ainda sonha com o fim da desigualdade social ou um "outro mundo possível".
Tem gente que acha que Lula é infalível e, agora vai começar esconder a idade para não ser taxado de louco pelos lulistas. Se eu fosse levar a sério essas sábias reflexões de Lula, iria pensar que ele talvez jamais tenha sido de esquerda ou, agora está caducando antes do tempo. Mas como os sinais que ele demonstrasão mais de divindade que de enfraquecimento do cérebro, temo que iremos, aos poucos, ficar com a primeira alternativa.
Da América Central recebi, de Gulherme Melendez, cópia de uma carta Michel Moore analisando a decisão do grande comandante estadunidense (também esse se entende enviado de Deus) de mandar mais 22.000 soldados para o Iraque. Ele sugere algumas coisaas ao comandante emchefe dos USA, como o que se segue: Envía allá a todos los miembros de los medios de comunicación principales. Después de todo, fueron tus colaboradores en traernos esta guerra -y muchos de ellos ya están entrenados a fuerza de estar "encajados!" Si eso no lleva el total a 28 millones, entonces recluta a todos los espectadores FOX News. ¡Sr. Bush, no te des por vencido! ¡Ahora no es el momento de aguantarse! No juegues al pequeño ganador enviando unas pocas tropas sobre-cansadas. ¡Pon a tu gente detrás de TI y condúcela hacia allá como un verdadero comandante en jefe! No dejes a ningún conservador de lado! ¡Velocidad máxima hacia adelante! Prometemos que les escribiremos. ¡Vaya a conseguirlos W!Suyo, Michael Moore. Uma das coisas boas da rede internacional de comunicações é que recebemos mais do que os donos dos jornais desejam que recebamos.
Essa é uma situação muito melhor do que a que vivíamos em 1968, sempre dependendo das edições extras dos jornais e dos noticiários das rádios ou, quem podia, ser beneficiário do correio que corria boca-ouvido-boca, sempre atualizando, mas ao mesmo tempo com desconofiança sobre a origem da notícia. Naquele período era muito difícil escolher depopis de ouvir, uma vez que eram poucas as possibilidades da notícia nos chegar limpinha.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

aula espetáculo

Quando a Associação REVIVA definiu que ia à Brasília para aprsentar a coleção Maracatu Maracatuzeiros e o Batuquebook, com efeito ela esperava que houvesse um público interessado e que desejasse informações sobre o os diversos tipos de Maracatu que se brinca e vive em Pernambuco. Mas o que ocorreu na noite de ontem no Centro Caixa Cultural nos deixou supreso. Afinal algumas pessoas que queriam ver a aula não puderam entrar pois os 41o lugares estavam ocupados. E não era a promessa de um show musical, mas a programação envolvia palestras entremeadas com citações musicais. Contudo o público ficou até o final, ou seja 21:30 horas, em um espetáculo que se iniciara às 19 horas.
este é o segundo seminário que a Associação REVIVA promove, juntamente com o produtor cultural Afonso Oliveira, em que ousa introduzir debate público, aberto, em ambientes que só eram vistos como locais privilegiados por shows musicais de artistas. O produtor local, Marcus Assunção, chegou a sugerir que fosse diminuída as falas e que se aumentasse o tempo das cantorias. No final ele se disse surpresso com o público que lhe sugeriu outros eventos dessa natureza. Foi um evento no qual autores de livros discutiram os conteúdos dos livros com a platéia. Ao mesmo tempo ocorreu a apresentação da vestição do caboclo, realizada por Luiz Caboclo - mestre caboclo do Estrela de Ouro, a apresentação dos instrumentos que formam o Terno, pelo Mestre Zé Duda e, depois a apresentação dos instrumentos utilizados no Maracatu Nação, o que foi feito pelos autores do Batuque Book.
A Associação REVIVA está mostrando que as pessoas querem se divertir com as danças populares, mas estão interessadas em saber o que elas são e o que elas festejam.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

outra vez em Brasília

Estou no Distrio Federal desde ontem. Viemos: o Mestre Zé Duda, Luiz Caboclo, ambos do Maracatu Estrela de Ouro; Tarcísio Resende e Climário Oliveira, do Chá do Zabumba; Mariana Mesquita, Valéria Vicente e Afonso Oliveira. Este último é produtor cultural e está produzindo o que foi denminado de um seminário, com aula espetáculo, para o lançamento de vários Livros: os da Coleção Maracatu, Maracatuzeiros - Festa de Caboclo, João Manuel e Maciel e Maracatu como Espetáculo - e Batuque Book. O evento ocorre nesta noite no espaço cultural da Caixa Econômica, e é uma realização da Associação REVIVA, com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, com o apoio do hotel Eron.
Esta é uma nova experiência para mim, ao menos aqui em Brasília. Estarei dividindo espaço co artista saídos dos canaviais da Zona da Mata Norte de Pernambuco, com artistas urbanos que interpretam e recriam a arte popular e com duas escritoras que apresentam suas idéias sobre como ocorrem os contatos entre a arte singela criada pelo homem rural comum e o mundo urbano.
Ao tempo em que nos preparamos, visitei, no Caixa Cultural duas belas exposições. Uma da Abril, mostrando cerca de quinhentas gravuras que foram feitas para ilustrar as revistas do grupo abril. Olhando-as podemos verificar o processo de criação dos ilustradores. Algo fascinante. Ainda pude ver como se conta histórias. Um grupo carioca diz que tudo que eu toco tem uma história e, desde um tapete, repleto de informações, ocorrem belas interações entre o que se vê e o que se pensa e recria. Também, no mesmo espaço, ocorria uma exposição de pinturas - a arte feminina - ao longo do século XX. Foi muito prazeroso olhar vários quadros de Anita Malfati e de Djanira enquanto ouvia músicas de Joyce.
Esta tem sido a viagem mais prazerosa em Brasília. Este trabalho tem sido mais interesaante, enquanto possibilidade de ver a cidade, que as outras vezes que aqui vim representando a Secretaria de Educação da Prefeitura da Cidade do Recife - Uma vez para discutir sobre a necessidade de colocar nas escolas públicas a questão das comundades afro-brasileiras, em 1987, quando estive ao lado do grande sociólogo Octávio Ianni; outra vez, e, 1988, para debater as Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos, sob a coordenação da nossa querida Sylke Weber. Então foram trabalhos e só trabalhos. Outro dia voltarei a esse assunto.

Conhecendo os promotores de justiça

Nesta terça feira estivemos no Ministério Público de Pernambuco onde vivemos um certo momento de culminância relativo a uma experiência que devera ser mais usual. Tratava-se da entrega de um livro resultado da cooperação entre o Ministério Público, o Departamento de História da UFPE e a Companhia Editora de Pernambuco. Durante o período de quase um ano essas instituições trabalharam em torno de documentos que estão sob a guarda do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano, documentos produzidos no trabalho dos promotores que atuaram na Província de Pernambuco ao longo do século XIX. Como resultante, foram produzidas reflexões de historiadores, cada um em sua especialidade - escravidão, organização sanitária, trabalho livre, política, burocracia, relações eclesiásticasm etc., postas sob o título a face revelada da justiça:o Ministério Público na visão dos historiadores. Creio que este trabalho será fonte de estudo e de reflexão paa todos os que se iinteressam pela história do Brasil e pelo processo de formação da sociedade pernambucana. Em uma época, esta a nossa, em que uma das insitituições mais atentas na formação da cidadania brasileira é a promotoria pública, é de grande importância verificar que tal instituição já estava bem ativam antes da Consotituição de 1988 que a ela deu um alento maior.
Foram feitas apenas mil exemplares, o que siginifica que a maioria delas deverão ser encontradas nas bibliotecas.
Boa Leitura para todos.

sábado, janeiro 06, 2007

Férias Coletivas

No momento há uma seca que afeta seis Estados do Nordeste e alguns municípios que recebiam água em uma ação do exército, tiveram suspensa a passagem dos carros por falta da liberação dos recursos: os recursos foram liberados e anunciados por um secretário com um copo de água mineral na mão; no Sudeste e no Sul, as chuvas tem provocado situações de morte e sofrimento para milhares de pessoas, inclusive com quase uma centena de mortos, com estradas sendo tragadas e a Defesa Civil não está aparelhada para acompanhar e garantir a vida desses cidadãos brasileiros. Quem se importa com isso?
Houve um tempo em que, uma grande queimada na Amazônia não chamou atenção do Ministro do Meio Ambiente que só apresentou por lá depois de trinta dias. Mas eram outros tempos e outros governos. Hoje não vemos a demonstração de interesse do governo federal por esses pequenos problemas. Bem que poderiam ter um interesse semelhante àquele em relação aos aeroportos!
Nessa situação, o presidente saiu de férias e, quase todos os ministros estavam o acompahando. O vice presidente disse que estava apreensivo com a possibilidade de ficar sozinho no Planalto. Em um último momento, o presidente estabeleceu que pelo menos três ministros continuassem trabalhando, para evitar uma sensação de não governo. Parece que nem mesmo as férias dos ministros estão planejadas pelo Ministro do Planejamento, um dos que foram obrigados a ficar em Brasília.
Esperamos que ele, além do plano para promover o desenvolvimento acelerado do país, planeje melhor as próximas férias ministeriais.
Ainda bem que as revistas não estão chamando atenção a esse problema, como o fizeram nas férias dos ministros de Collor de Mello, aquelas mais escandalosas.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

para iniciar a educação em arte

Na maioria dos cursos de história das diversas universidades e instituições isoladas de ensino superior, nota-se que há sempre a impossibilidade de atender a todos os ramos do conhecimento. Os cursos, na sua maioria, ainda estão bastante preocupados em transmitir o máximo de conteúdos, como se fosse possível, em quatro anos de estudos, dominar todos os conhecimentos de toda a história da humanidade. é essa a razão de se tomar tanto tempo em disciplinas obrigatórias: duas pré-história, duas antigas, duas medievais, duas modernas, duas contemporâneas, duas américas, etc. Tem que se memoriazar muito, e os professores devem gastar centenas de horas repetindo o que está escrito nos livros, como se os alunos não soubessem ler. Melhor será quando os auxiliemos a entender o que eles lêem. Por gastarmos tanto tempo repetindo infomações que estão nos livros que indicamos é que não temos tempo para discutir artes e outros temas. Precisamos deixar de repetir, nos cursos superiores, o método de ensino de história do ensino médio.
Um livro interessante para o estudante de história é o que foi escrito pela professora Cristina Costa, editado pela Moderna, com data de 2004. Trata-se do Questões de arte: o belo, a percepção estética e o fazer artístico. Em dezessete capítulos, escrito com simpliicidade, leveza e com clareza, Cristina Costa nos indica como tratar a arte e auxilia a completar a formação do professor de história. é impossível ensinar história sem o tangenciar a obra artística, pois ela acompanha o homem, parte de sua sua vida, resultado de sua criatividade em cada momento, em cada etapa, em cada forma de organização social criada pelos homens. Vale a pena ler este livro, inidicá-lo ediscutí-lo. Bom para a nossa formação, ele é um primeiro passo para a apreciação artística.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

de pequenos enganos

A cada final de ano nos detemos a fazer novas promessas a nós mesmos, seja individualmente seja como grupo. Uma nação faz isso a cada eleição, pois todos se unem para indicar, pelo voto o que deseja para a nação. Alguns meses depois da eleição, notamos que os eleitos e os não eleitos continuam com o péssimo hábito de zombar do povo. Eles se candidataram por uma partido, apresentam um certo "programa partidário" e depois de receberem os votos mudam de partidos. E tem aqueles que não foram eleitos, mas pelo fato de um governador convidar algum eleito para sua secretaria, esses não eleitos assumem por quinze dias e ganham anos de salários de um professor de ensino básico. Criaram uma legislação que nos engana, que engana o povo e depois, com muita pouca vergonha, dizem que o povo não sabe votar. Nesse início de ano, um bando de derrotados estão assumindo uma cadeira no congresso que não está funcionando e receberão salário para não fazer nada durante vinte dias. E estão seguindo a lei, a lei que seus comparsas criaram.
Tudo isso me lembra dois fatos do início de minha vida: o primeiro ocorreu em 1972, quando o ditador Garraztazu Médici fez passear pelo Brasil os restos mortais de Pedro I. Poucos o foram visitar em Pernambuco. Apesar do pouco de história que se ensina, a memória histórica (inconsciente coletivo?) não esqueceu o tratamento que o Regente e Imperador do Brasil dedicou à Província, beneficiando os áulicos. Continuamos a estudar pouco nossa história e, talvez por isso certas famílias consigam se manter no poder iludindo tantos. A segunda ocorreu no ano de 1968, quando Antonio Delfim Neto, com outros ilustes brasileiros assinaram o AI 5 e colocaram o Brasil em uma triste ditadura contra a qual lutamos e ainda carregamos o peso que ele nos criou. Hoje, o atual presidente do Brasil tem como conselheiro o Delfim Neto, o Sarney, que foi líder do partido da Ditadura. Nâo é o povo que não sabe votar, é que os eleitos se tornam amigos dos inimigos do povo. Entretanto a vida continua....

terça-feira, janeiro 02, 2007

o cerimonial caseiro

Quem leu o blog de Noblat verificou que quem pôs a faixa presidencial no presidente Luiz inácio Lula da Silva não foi nenhuma autoridade, nenhum chefe de cerimonial, mas a sua esposa. A esposa de Lula, a Rainha do lar, como se costumava chamar, está se preparando para outros lances ao longo dos próximos anos? Quem vai suceder Lula se o Partido estás partido? Essa família vai longe! Está tratando as coisas, os símbolos do Estado, e o próprio Estado, como coisas da família e não é de agora. Todos estamos lembrados do jardim do palácio que perdeu um pouco de sua republicanidade em favor da estrela partidária.
Os gestos são simbólicos, e os símbolos podem nos ajudar a ler a realidade, o que eles escondem e apresentam. cerimoniais públicos são gestos devem refletir os desejos de toda a nação e não apenas de um grupo.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

o nosso luíz

Estamos no começo do novo ano, de acordo com as nossas tradições ocidentais, tradições greco-romanas, tradição dos povos do sol, de cuja rota é feito o calendário que utilizamos. Nas tradições dos povos da lua, das civilizações da fertilidade, o ano tem seu início na Primavera do hemisfério norte, o outono em nosso hemisfério sul. Esse calendário do sol tornou-se o calendário fiscal, o ano econômico. De agora até abril, muitos estarão ocupados juntando os comprovantes de rendimento e pagamentos, com o objetivo de apresentá-los à Fzenda do Estado. Nesse meio tempo tempo teremos o carnaval, um momento em que nos permitimos pensar um pouco na fertilidade da vida e nas festividades das carnes.
Este ano, além do início do ano, temos o início dos governos - Federal e Estaduais. Tradição democrática, na qual o povo assiste à posse daqueles que eles escolheu para governar a Nação, gerenciar o Estado.
Este ano, no governo federal estamos assisitindo uma família tomar posse do Brasil. Historicamente sempre soubemos que, em muitas ocasiões, o público torna-se privado. Este ano, esta tradição tornou-se pública. Foi mudado o cerimonial que previa o desfile dos eleitos em direção do Palácio Presidencial. Não mais os eleitos, mas as famílias dos eleitos é que desfilam, tomam posse do Brasil. E isto foi feito porque o presidente re-eleito assim quiz.
Nossa república está se tornadno monárquica. Não mais temos um governante, mas uma família reinante. Mas isso deve ser natural para um povo que, no carnaval desfila com o vestuário da corte dos luízes franceses; impuseram essa corte francesa aos maracutus rurais,que lembram a tradição indígena; um povo que tem um rei do futebol, uma rainha dos baixinhos, o rei do baião, o rei do galeto, o rei das coxinhas, etc.. Nós também temos o nosso luíz.