domingo, novembro 12, 2006

A régia vitória de Edwaldo Gomes

a Vitória Régia é uma flor tão amazônica que simboliza aquela região e faz parte da tradição indígena brasileira. Foi trazida pelo paisagista Burle Marx para dar nome a uma praça no bairro de Casa Forte. Foi em um tempo em que a praça era mais habitada por famílias, não havia prédio de corte navaiorquino e as famílias utilizavam a praça para convívio social Hoje a praça continua lá, com a Igreja e o colégio, onde existia a casa grande do Engenho, com muita gente a utilizando para as caminhadas em busca da saúde ou sua manutenção, mas as residências senhoriais estão dando lugar a escritórios, restaurantes e bares. Minha relação com aquela praça vem do final dios anos sessenta, quando participei de reuniões da pastoral de juventude da pastoral do Setor Casa amarela, na casa paroquial, então era ocupada pelo Monsenhor Lobo. Trago na memória que as reuniões alí ocorridas, em um bairro "nobre", nenhum jovem da local classe média ou rica. Os particpantes eram provenientes das beiradas do bairro, da Vila de Santana, antes da especulação imobiliária expulsar os pobres para a construção de edifícios de luxo, um permanente brinquedo da classe dominante de Pernambuco.
O propósito dessas lembranças é que por quase duas décadas, na Praça de Casa Forte - Vitória Régia - vem ocorrendo uma festa com esse nome, patrocinada pela Paróquia de São José de Casa Forte. Este ano a festa está celebrando o quinquagésimo aniversário da ordenação do padre José Edwaldo Gomes, atual vigário. conheci Edwaldo Gomes quando ele era vice-reitor do Seminário Menor Nossa Senhora da Conceição da Várzea, onde estudei nos anos 1961/63. Foi meu professor de língua portuguesa e, apesar de eu ter alcançado a nota necessária para aprovação, convenceu meu pai de que o aprendizado não havia sido o melhor possível e que seria bom para a minha formação repeitr todo o primeiro ano ginasial. assim foi feito.
Quando deixei o Seminário, Edwaldo era o Reitor, em substituição a Zeferino Rocha. Vim encontrá-lo pessoalmente apenas em uma missa no Morro da Conceição, em 1974. Passamos a nos ver com maior freqüência e cultivo respeito por ele que soube assumir uma orientação mais progressista em um bairro com tendência ao conservadorismo. No difíceis momentos da substituição de Dom Hélder pelo atual arecbispo, Edwaldo tornou-se um referência para os católicos do "meio independente", que buscavam as orientações que eram dadas nos homilias da missas dominicais. A formação a experiência e o tato de Edwaldo deveriam tê-lo posto à frente de alguma diocese. Os caminhos políticos do Vaticano são diversos do entendimento de muitos católicos.

2 comentários:

Anônimo disse...

De início registro meus parabéns por sua iniciativa e coragem de montar um blog. Passados quase cinco anos da "febre bloguiana" tenho visitado alguns, em especial, de gente não midiática, onde sempre aprendo e me informo acerca de temas também não midiáticos. Parabéns!!!! Iniciativas como esta faz a gente ousar e discordar de Chico Buarque.." a dor da gente saí no jornal...".
Sobre Edwaldo é interessante também registrar que os recursos financeiros da Festa da Vitória Régia são destinados à manutenção de uma creche anexa à Igreja de Casa Forte. Durante os seis anos que morei em Apipucos(final da década de noventa, início deste século), frequentei muitas vezes as missas de Edwaldo e sempre me impressionei com o teor dos seus discursos em favor dos excluídos, aqui generalize-se, excluídos financeiros, excluídos ecológicos e até mesmo dos excluídos de ética. Seu trabalho consegue ser além das "querelas de um bispado". Para além de uma identidade distante do Tribunal para Doutrina da Fé, há um alento espiritual, tarefas árduas de assistência social, negociações "políticas" do sagrado, que como vc muito bem detecta...um pastor inquieto em meio a um rebanho bastante acomodado, sonolento, averso a mudanças.
Um abraço afetuoso,
Sylvana

Anônimo disse...

De início registro meus parabéns por sua iniciativa e coragem de montar um blog. Passados quase cinco anos da "febre bloguiana" tenho visitado alguns, em especial, de gente não midiática, onde sempre aprendo e me informo acerca de temas também não midiáticos. Parabéns!!!! Iniciativas como esta faz a gente ousar e discordar de Chico Buarque.." a dor da gente saí no jornal...".
Sobre Edwaldo é interessante também registrar que os recursos financeiros da Festa da Vitória Régia são destinados à manutenção de uma creche anexa à Igreja de Casa Forte. Durante os seis anos que morei em Apipucos(final da década de noventa, início deste século), frequentei muitas vezes as missas de Edwaldo e sempre me impressionei com o teor dos seus discursos em favor dos excluídos, aqui generalize-se, excluídos financeiros, excluídos ecológicos e até mesmo dos excluídos de ética. Seu trabalho consegue ser além das "querelas de um bispado". Para além de uma identidade distante do Tribunal para Doutrina da Fé, há um alento espiritual, tarefas árduas de assistência social, negociações "políticas" do sagrado, que como vc muito bem detecta...um pastor inquieto em meio a um rebanho bastante acomodado, sonolento, averso a mudanças.
Um abraço afetuoso,
Sylvana