quarta-feira, setembro 27, 2006

Relatório da pesquisa sobre São Gonçalo do Amarante no Vale do Rio São Francisco

Estou tornando público o relatório de uma pesquisa que realizei como o apoio institucional da PROPESQ, da UFPE, em seu progra de Bolsa Enxoval para novos doutores.





UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA





RELATÓRIO DA PESQUISA
SOBREVIVÊNCIAS DO CATOLICISMO POPULAR NOS SERTÕES DE PERNAMBUCO,
à Pró - Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco





RECIFE, SETEMBRO 2006.

INTRODUÇÃO




No início de 2004, a Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco concedeu ao novo doutor Severino Vicente da Silva, no programa Enxoval, R$ 6.030.00 (seis mil e trinta reais), a ser utilizado como apoio na realização da pesquisa SOBREVIVÊNCIAS DO CATOLICISMO POPULAR NOS SERTÕES DE PERNAMBUCO.
Nas páginas seguintes serão apresentadas as diversas etapas da realização da pesquisa, bem como os resultados dela advindos. Assim, devemos lembrar os objetivos que nortearam a pesquisa.
O objetivo principal foi Estudar as manifestações religiosas em torno de São Gonçalo do Amarante e a manifestação dos Penitentes, em Belém do São Francisco
Os objetivos específicos foram por sua vez: Localizar grupos de católicos que cultivam a devoção de São Gonçalo do Amarante na cidade de Belém do São Francisco; Mapear os espaços geográficos e sociais onde se dançam os festejos de São Gonçalo do Amarante; Mapear os espaços geográficos e sociais dos Penitentes na cidade de Belém do São Francisco; Estabelecer relações entre os devotos de São Gonçalo do Amarante e os Penitentes na cidade de Belém do São Francisco e cidades vizinhas. [1]


ETAPAS INICIAIS


A pesquisa teve seu início com a ida do pesquisador à cidade de Belém do São Francisco, situada no Sertão do Médio São Francisco, distante 454 quilômetros da cidade do Recife, sede da UFPE. Foram realizadas várias visitas à região com o objetivo de localizar a moradia dos dançantes da Dança de São Gonçalo do Amarante e verificar os momentos de sua realização. Esses primeiros contatos foram importantes também para dar início à cooperação do Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco – CESVASF.
Esses contatos iniciais ocorreram ao longo do mês de fevereiro e resultaram em um processo de seleção de 03 alunos da graduação do curso de História mantido pelo CESVASF: Daniela Novacosque – sexto período, Abdias Nicássio – segundo período, Sanguinette – quarto período. Cada um desses alunos recebeu uma ajuda de custo de R$ 50.00 (cinqüenta reais) e, ao término dos trabalhos, receberam uma declaração de participação da pesquisa assinada pelo professor e pela diretoria do CESVASF.
Ao longo do mês de março fizemos reuniões de estudo sobre técnicas de pesquisa de história oral, leituras e debates de textos sobre a técnica de história oral e com eles foi elaborado um questionário, aplicado ao longo do mês de abril. Cada um dos pesquisadores ficou de aplicar 5 questionários.
Ainda no mês de março, o aluno João Bosco Barreto Pinheiro, do quarto período da graduação do curso de História da UFPE, apresentou-se para trabalhar na pesquisa, e, como não foi concedida bolsa para ele, fez a pesquisa como voluntário. Em duas ocasiões ele acompanhou o professor pesquisador à Belém do São Francisco, com as passagens pagas pelo professor e a estada em Belém do São Francisco assumida pelo CESVASF.


PESQUISA


No dia 28 de abril de 2004, nos reunimos na sala de Geo-História do CESVASF: eu e os alunos Daniela, Nicássio, Sanguinete, esses do CESVASF, e João Bosco, aluno da UFPE. Nessa reunião foram entregues os questionários respondidos. Ocorreu uma avaliação dos trabalhos realizados, das dificuldades que foram encontradas e dos sentimentos que cada um teve na procura e identificação dos informantes e durante a aplicação dos questionários.




NA RODA DE SÃO GONÇALO

Na manhã de 29 de abril ocorreu a dança de uma Roda de São Gonçalo em um bairro periférico de Belém do São Francisco, o EMEC, e dele participamos. O nome do bairro é uma referência à escola Municipal Emília Cantareli. A festa é o pagamento de uma promessa pelo recebimento de um benefício (concessão de pensão pelo INSS) e a construção de uma casa.
A maioria dos dançantes veio da área rural da vizinha cidade de Itacuruba. Ao longo do dia foram realizadas várias entrevistas, gravadas imagens em vídeo e fotos. João Bosco gravou várias canções com o objetivo de transcrevê-las em pauta.
Neste dia 29 de abril, entrevistei ao senhor José Jerônimo da Silva, o Guia da dança de São Gonçalo do Amarante. Embora o Sr. José tenha nascido em Belém do São Francisco, é morador de Itacuruba e tocador de violão; também entrevistei vários participantes.
Como a dança levou todo o dia, almocei com os dançarinos, como faz parte da tradição, uma vez que o Santo apenas deseja a festa e a fartura para os seus devotos.
Em novembro de 2004 fui até Itacuruba e, com o auxílio de Aliene, estudante do Curso de Especialização em História do Nordeste, oferecido pelo CESVASF, cheguei a Coité de Baixo, na casa de José Jerônimo, onde o entrevistei e à sua mãe, Tereza de Jesus. Nesse mesmo dia entrevistei a Solange, uma senhora que encontrei no centro da cidade de Itacuruba.


PRODUTOS


A pesquisa Sobrevivências Medievais no Catolicismo Popular nos Sertões de Pernambuco produziu, ainda durante a sua realização, uma série de produtos e foi levada ao conhecimento da sociedade.
1. No Conic de 2006, João Bosco apresentou, em power point, o resultado de sua pesquisa no CONIC – CONGRAD da UFPE.
2. No mês de agosto de 2005, o Diário de Pernambuco publicou matéria no Caderno Viver, com fotos, sobre a pesquisa realizada pelo professor Severino Vicente da Silva, no sertão do São Francisco.
3. O professor Severino Vicente da Silva ofereceu um mini-curso sobre a devoção de São Gonçalo do Amarante no Baixo São Francisco, no II Seminário História e Memória do Instituto Histórico de Olinda, no mês de novembro de 2005.
4. Em julho de 2005 a TV Universitária apresentou programa com o professor Severino Vicente da Silva sobre o significado, importância e os resultados da pesquisa Sobrevivências Medievais no Catolicismo Popular nos Sertões do São Francisco.
5. O professor Severino Vicente da Silva produziu texto, para possível publicação, que segue em anexo.


APOIO


Ao longo do período da pesquisa, o pesquisador recebeu da PROPESQ:
1. uma escrivaninha
2. um armário, de metal, para pastas suspensas
3. uma estante, de metal, aberta para livros
4. um armário, de metal, fechado, para guarda de documentos, fitas cassetes, cds, etc.
5. dez fitas cassete
6. oito resmas de papel ofício
7. cem cds regraváveis
8. cem cds não regraváveis
9. trinta mídia para dvs
10. um computador
11. uma mesa para computador
12. uma impressora multiuso
13. três cadeiras
14. um lixeiro
15. uma cortina para a janela
16. cinco cartuchos de tinta preta para impressora
17. cinco cartuchos de tinta colorida para impressora


[1] Conforme o projeto apresentado à PROPESQ.

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