sábado, setembro 30, 2006

A Igreja na Argentina

Durante o longo tempo das ditaduras na américa Latina, formou-se o que se convencionou chamar de Igreja Progressista. A expressão "opção preferencial pelos pobres" chegou a promover defesas de teses nas quais se defendia que a Igreja Católica teria se afastado de sua tradicional aliança com os poderosos. Na verdade todas as insitituições têm como objetivo primeiro manter-se vivas, e isso as igrejas - em especial a Igreja Católica - possuem um conhecimento acumulado extraordinário nesse affair. Hoje sabemos que houve alguns padres "progressistas", alguns bispos, mas nunca a igreja foi progressista. Confuindiram alguns indivíduos com a instituição. Isso é comum, pois as pessoas pensam pouco. Essa notícia que vem da Argentina dá mostras disso. Um padre auxiliou a fazer torturas. Mas não foi apenas lá que isso aconteceu, e os médicos sabem que não foram apenas alguns padres. Há muitas maneiras de auxuiliar os torturadores. Para alguns é apenas uma assessoria. Mas é bom saber que alguns que fizeram essa coisa pagam por isso enquanto outros recebem pensão ou idenização para esquecer que essas coisas aconteceram.



Padre envolvido com crimes da ditadura argentina será julgado
Ex-capelão é acusado de tortura, seqüestro e assassinato
Ariel Palacios
Pela primeira vez na História da Argentina, um integrante da Igreja Católica será levado a julgamento por ter participado de graves violações aos direitos humanos durante a última ditadura militar (1976-83).O clérigo que sentará no bancos dos réus é o padre Christian Von Wernich, acusado de ter participado ativamente nas torturas de prisioneiros políticos, em 19 assassinatos e 33 seqüestros, incluindo o de filhos de desaparecidos. A Procuradoria de La Plata pediu pressa no início do julgamento, que, segundo fontes extra-oficiais, começará em dezembro.Von Wernich, ex-capelão da Polícia Bonaerense, agia sob as ordens do ex-delegado-geral, Miguel Etchecolatz, que há 11 dias foi condenado à prisão perpétua por assassinatos e torturas. Ambos eram subordinados ao general Ramón Camps, que pregava uma 'limpeza étnica de subversivos'. Von Wernich também era confessor dos torturadores e os absolvia com facilidade de eventuais culpas.Jacobo Timmerman, empresário argentino já falecido, foi vítima do padre - que o torturava com especial sadismo por ele ser judeu . 'Era um canalha', dizia Timmerman. Outro preso que teve contato com o padre foi Luis Velasco, que disse que o padre 'ria dos torturados com choques elétricos'.A Igreja Católica colaborou ativamente com a ditadura. Padres e bispos assistiam a sessões de tortura e pediam aos prisioneiros que se confessassem para 'salvar suas almas'.O próprio arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio - 'papável' argentino no conclave que elegeu Joseph Ratzinger - é acusado pelo prestigiado jornalista Horácio Verbitsky de ter delatado dois jesuítas, depois seqüestrados e torturados.CASO LÓPEZDuas testemunhas que prestariam depoimento no caso, desistiram, por temor a represálias de grupos da extrema direita. A decisão foi tomada depois do desaparecimento, na última segunda-feira, de uma testemunha crucial do caso Etchecolatz, o pedreiro aposentado Jorge Julio López, de 77 anos.Tanto o presidente Néstor Kirchner como organismos de defesa dos direitos humanos suspeitam que ele foi seqüestrado por simpatizantes de Etchecolatz.O governo fez um acordo com empresas telefônicas para transmitir cerca de 25 milhões de mensagens de texto a celulares com os dados de López.

Nenhum comentário: