segunda-feira, agosto 28, 2006

Professor é agredido

UM PROFESSOR É AGREDIDO EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO RECIFE - escrito em 8 de maio de 2006
Professor Biu Vicente Neste início do mês de maio, em uma escola da Rede Municipal de Ensino, do município do Recife ocorreu um fato lamentável. Um professor-estagiário, ainda aluno do curso de História da Universidade Federal de Pernambuco, foi agredido por uma dezena de alunos no interior da escola onde leciona. A ocorrência tem início com o fato de o professor estagiário, - que foi meu aluno e, por diversas vezes foi até à minha sala para discutir como fazer para que os seus alunos gostassem mais de estudar história - está exercendo a atividade para a qual foi contratado pela Secretaria de Educação do município, seja dizer, estava em sala de aula. No corredor, ao lado, vários alunos jogavam futebol e, essa ação de recreio, fora do tempo e do lugar adequado, impedia o bom andamento da atividade docente. O professor dirige-se aos alunos e diz que não está correta a ação deles. A reação foi uma surra que os alunos deram no professor. No dia seguinte, a professora aposentada, atual secretária de educação do município vai à escola ouvir os professores que se sentem temerosos de voltar à sala, pois também podem vir a ser agredidos pelos alunos, uma vez que ficou comprovada a ausência de segurança para o exercício da atividade profissional. Os professores escutam da secretária que não deve haver medidas disciplinares contra os alunos agressores do professor. Que podemos aprender desse episódio? Vejamos: Em primeiro lugar, quem deveria estar em sala de aula haveria de ser um professor licenciado e não um estudante. Há um estudante, ainda não formado, não licenciado, contratado em sala de aula porque não foi de interesse do Município do Recife a contratação de profissional, uma vez que é mais barato contratar um estudante como estagiário para substituir o profissional. Esse é um exemplo de como é importante para o Município do Recife a qualidade do ensino a ser encontrado nas unidades educacionais sob sua responsabilidade. Não se contratam professores plenamente licenciado, não se oferece um bom salário a esses profissionais e ainda se diz que esses administradores têm uma preocupação com o futuro das crianças, da cidade e do país. Em segundo lugar, o fato nos mostra que na escola municipal, não há área de lazer e, por isso os jovens alunos precisam jogar nos corredores ao lado das salas de aula. Se não há área de lazer, é que ao se construir uma escola, o conluio entre prefeitos, secretários de educação, engenheiros e outros especialistas em educação, não acreditam que as escolas careçam dessa área de lazer. Compram pequenos espaços para construir escolas para os filhos do s trabalhadores e, no máximo, levantam paredes sem qualquer preocupação quanto à sonoridade e outras peculiaridades próprias para um edifício que se pretende seja uma escola.Em terceiro lugar, o incidente mostra a ausência de direção na escola. Onde estava o diretor que não tomou providências para impedir que esse fato ocorresse? Por que razão foi necessária a visita da secretária de educação à escola? Não há um diretor? Ele não tem autonomia de decisão? Foi ele escolhido para ser diretor da escola por suas qualidades de liderança, conhecimento pedagógico, discernimento ou apenas porque recebeu um bom número de votos dos alunos e seus pais? Por que o diretor da escola não consegue – será que se esforça para tal? – segurança para a comunidade escolar? Um diretor que precisa que a secretária de educação vá à sua escola para resolver um problema disciplinar, não tem maturidade para o cargo.Uma quarta lição foi dada pela secretária de educação: não há punição para os agressores. Ela faltou definir qual a punição a ser dada ao professor que teve a pretensão de ser professor em uma escola do município do Recife. Esse incidente me faz lembrar que nenhum professor, a partir de agora (ou desde a algum tempo?) pode ser agredido sem danos para o agressor. Se o cachorro do diretor, ou da secretária, fosse agredido pelos alunos, haveria uma Sociedade Protetora dos Animais que abririam um processo contra os agressores do cachorro do diretor, ou da secretária. Mas se há uma agressão a um professor, nenhuma atitude que prejudique aos jovens estudantes – agressores – deve ser tomada. Melhor que ser professor é ser cachorro do diretor, ou da secretária. Quando Luiz Carlos Prestes esteve aprisionado pela Ditadura do Estado Novo, o advogado Sobral Pinto teve que utilizar a lei de proteção animal para defendê-lo. Até isso é negado aos professores da Rede Municipal do Recife. O prenúncio não parece animador para os que pretendem ser professores.Mas, há uma quinta lição: o silêncio dos diversos Sindicatos de Professores da região, do Estado. Não houve nenhuma palavra pública por parte dessas associações que, dizem, defendem os profissionais do ensino. E eles têm razão de ficar calados, pois alguma voz em defesa do impertinente professor estagiário que queria dar aula, poderia ser visto como uma agressão às crianças das camadas populares e, isso seria uma grande ofensiva contra a construção de uma nova sociedade. Também ficaram calados os professores de Prática de Ensino dos diversos centros de formação de professores. Todos ficam calados quando se agride um professor. Deve ser em nome da defesa de algum direito universal que nós, os professores que sofremos agressões diárias – pois não somos secretários de educação nem dirigentes sindicais – ainda não sabemos. Com esse tratamento, os professores irão cantar, por outras razões, razões de lamento, o verso de um clássico popular: “eu não sou cachorro não...” por isso ninguém me defende.É tempo de começar a defender o ensino e os que a ele se dedicam. Sem professores não há escolas, sem professores nas escolas públicas do ensino fundamental teremos muito futuro, mas não sabemos se de boa qualidade.

Preito a Armando Souto Maior

Jatobá, Olinda, 29 de agosto 2006.


Agora, 15:30, soube da morte de meu professor Armando Souto Maior. O conheci, primeiro pelas páginas de seus livros didáticos e, depois, em uma aula de início de atividade letiva do colégio 2001, onde eu ministrava aulas para alunos que pretendiam estudar na universidade. Naquele primeiro encontro foi um deslumbramento estar diante do meu mestre.
Depois o encontrei nas aulas no curso de História da UFPE. Com ele aprendi a entender a antiguidade que eu ensinava sem entender. Nas aulas observei a sua naturalidade com o conhecimento, com o espírito dos homens que se escondiam nas suas palavras enos seus olhos de águia. Olhava como a buscar nas nossas mentes os caminhos que devia nos mostrar para entender a beleza das criações humanas.
Por ser o homem que era, um sonhador e um realizador, muitos faziam restrições ao seu modo, mas fez crescer o Departamento, formar a nossa pós graduação. Acompanhava os seus alunos, fazia exigências, auxiliava-nos quando nos percebia em dificuldades.
Armando Souto Maior, ensinou-me muito, a ele devo muito respeito, especialmente por ter-me ensinado a viver respeitando as diferenças, embora mantendo o seu passo firme, na direção de sua crença.
Os jovens historiadores pernambucanos, estamos sentidos com sua ausência do nosso meio.
Obrigado Professor Armando.

Biu Vicente

domingo, agosto 27, 2006

Ainda Nova Descoberta

Relendo o que escrevi ontem sobre Nova Descoberta dos anos 50, vi que esqueci de mencionar algumas características interessantes. Penso que a antigo terminal de ônibus, ou a Igreja Matriz, servia como divisão do Bairro.
Eu descrevi a parte posterior, a que fica após o Olho dÁgua. na parte que estava já asfaltada, havia alguns pontos como a entrada do Córrego da Imbaúba, local que adentra em direção do Vasco da Gama, impedido pelo Alto das Pedrinhas. Havia ainda dois outros chafarizes: o de seu Paulo e de João Sobrinho, que também era comerciante e era uma referência no bairro.
Esses nomes: Dona Regina, "seu Paulo", Josias, João Careca, seu Artur, eram dos mais antigos habitantes e, dos poucos que colocavam em sua casa uma placa com as lettras TP - terreno próprio. É que toda a Nova Descoberta, e muitas outras partes de Casa Amarela "pertenciam" à família dos Marinhos que cobravam foro para os migrantes que chegavam a ali. Nos anos setenta e oitenta, um movimento ligado às comunidades Eclesiais de Base, que ficou conhecido como o Movimento da Cebola, demonstrou que as terras não pertendiam aos Marinhos. Eles, durante muito tempo cobraram terreno aos pobres da região.

uma descrição de Nova Descoberta

Nova Descoberta hoje é um bairro, está situado quase ao fim da Avenida Norte, entre o Vasco da Gama e a Macaxeira. Nova Descoberta, antigo Beco da Tamacaria, é uma corredor entre morros que a separam dos bairros acima mencionados.
As referências para a pequena população eram: 1. o Largo de dona Regina (onde havia uma cinema - o Cine Irajá e vários pequenos comércios) Nunca consegui descobri quem foi dona Regina. 2. A venda de Josias, um comerciante que se estabeleceu ao pé do Alto das Pedrinhas, ao lado de um terreno onde depois foi construída a Matriz de Nova Descoberta. Era o espaço até onde iam os ônibus e essa região estava calçado até o lugar chamado Olho d'água. Seguia uma ladeira até o próxima referência. Atéesse ponto a rua, calçada no governo do prefeito Pelópidas da Silveira era estreita. A partir de então ela alarga-se e só veio a ser calçada após o golpé de 1964, no governo do prefeito Augusto Lucena3. A venda de "Seu João Careca", meu pai. Essa venda situava-se equidistante entre o Córrego do Eucalípito e o Córrego do Beiju. 4. Havia um Cjhafariz particular de propriedade de Seu Arcanjo, que vendia a banho. 5.A venda de "Seu Artur" no pé da Ladeira do Visgueiro, que dá acesso ao Vasco da Gama. 5. A entrada do Córrego da Areia e, finalmente o término da então Rua Nova Descoberta - hoje é dito avenida - com uma bifurcaçã que, à direita leva para a Linha do Tiro, Dois Unidos e Beberibe; à esquerda leva para a Estrada do Brejo, ligando ao Córrego do Genipapo.
Como se pode comprender não havia encanamento de água. Havia cacimbas de onde a população se rvia-se. As principais cacimbas estavam localizadas 1. na Ladeira do Olho dÁgua, 2. no Córrego do Eucalípto, 3. na minha casa, 4. na entrada do Córrego do Beiju, 5. no Córrego do Arcanjo. todas, com exceção da de nossa casa, vendiam água e banho.
Como referências culturais, havia: na entrada, ainda na Avenida Norte, o Grupo Escolar Clotilde de Oliveira; na frente da venda de Jósias, a Sociedade Beneficiente XV de Novembro; na descida da ladeira do Olho d'Água, a escola de Seu Venâncio; um templo da Igreja Católica Brasileira, dirigida pelo padre Leôncio, depois bispo daquela igreja; a capela Santa Terezinha, da Igreja Católica Apóstólica Romana, - onde fiz a minha primeira Comunhão -antes da venda de Seus Artur. No início da Estrada do Brejo estava um Colégio do Estado que sempre foi conhecido pelo nome da sua primeira Diretora, o Coléfio de dona Berta. Por tráz desse colégio corria o Rio do Brejo que era um afluente do Rio Beberibe. Nós costumávamos tomar banho lá. esse Rio do Brejo,que já não existe, foi local de afogamento de alguns afoitos que tentavamn vencê-lo em época de chuvas. Depois do Colégio de dona Berta estava o Comissariado de Polícia e, ao pé da Subida do Alto do Refúgio, uma filial do colégio Vera Cruz (situado no Parque Amorim) que era dirigdo pela Irmã Magna, o Colégio da Imaculada Conceição. Mais tarde o Rotary Clube do Parnamirim também criou uma escola próxima ao Imaculada.
em 1959 foi construída a Matriz de Nossa Senhora de Lourdes. Nova Descoberta passava a ser paróquia, separando-se de Vasco da Gama. O primeiro vigário foi o padre Inácio Vieira da Silva, a su aposse foi dada pelo arcebispo dom Antonio de almeida Morais Junior. Na ocasião eu fiz meu primeiro discurso. Dizem que foi um sucesso, pois eu esqueci o que meu professor havia escrito e improvisei. Enquanrto era parte da Paróquia do Vasco da Gama, os ca´tolicos de NOva Descoberta eram assistidos pelos padres Severino Santiago, Paulo Crespo e Muora.
Na direção de Córrego do Genipapo, um local para paseios e banhos de bica, era o Rio Passarinho.

sábado, agosto 26, 2006

Iniciando

Nesta data, no mês de agosto de 2006, 23 anos após um momento de aprisionamento, dou início a um período de soltamento e de arriscamento, para utilizar formas pouco usuais. Tenho mantido algumas classes virtuais na universia, mas nem todos conseguem entrar em contato. Assim, decidi criar meu próprio espaço para poder favorecer a possibilidade de conversar com algumas pessoas, colocar em circulação alguns artigos, conversar sobre o que se passa na minhamente, e no mundo, da forma como eu o percebo. Serão idéias e irão criar polêmicas.
Talvez devesse me apresentar.
Nasci em um local chamado de Caramuru. antigamente chamavam de Lobo. recordo que tinha um açude e que faz paerte do município de Carpina, PE. Era o ano de 1950. Depois, meus primeiros anos de vida fora passados à margem do Rio Capiobaribe, ond emeu pai, João Vicente da Silva, havia comprado uma pequena parcela de terra e a cultivava enquanto mantinha uma pequena mercearia. Lá viviámos, toda a família - Maria Ferreira da silva - mamãe, Joséfa maria da silva, José vicente da Silva Neto, Maria José da Silva, Terezinha de Jesus da Silva, Antonio Vicente da Silva, meu irmãos. Em meados de 1954 , migramos para o Recife. Como grande parte dos migrantes da Zona da Mata Norte, fomos morar no bairro de Casa Amarela, em um lugar que ficou conhecido como Nova Descoberta. Antes era chamado de Beco da Tamacaria.
Alguns ano depois nasceu meu irmão caçula, Jorge Cláudio Vicente da Silva, em 1966. a família só cresceria a partir daí com os netos.
Continuarei depois.
Ah! farei um esforço de duas vezes por semana colcoar alguma novidade.
até logo.